Intervenções Públicas Maria da Graça Carvalho sublinha potencial para a transformação da indústria e da economia

Eventos | 20-05-2021

Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, participou esta quinta-feira, 20 de maio, na conferência "A Reindustrialização e a Transformação Circular", organizada em conjunto pela Associação Smart Waste Portugal e pela Fundação de Serralves com o objetivo de promover a valorização da economia circular, enquanto modelo económico mais sustentável na construção e transição societal.  A necessidade de resposta a questões como a escassez dos recursos naturais, o aumento demográfico, as alterações climáticas, a ineficiência na utilização de matérias-primas, a produção excessiva de resíduos, bem como o consumo massivo, são alguns dos temas em foco que, segundo a organização, exigem soluções eficazes assentes na atenção e participação ativa de todos e na transição para uma economia circular, no âmbito da conservação do capital natural.

Na intervenção que fez, a eurodeputada lembrou que os próximos meses, os próximos dois a três anos, têm um potencial enorme para a transformação da indústria e da  economia. Em Portugal e na Europa. "Desde logo, em termos de financiamento disponível. Teremos o Plano de Recuperação e Resiliência, os fundos europeus, e os programas geridos diretamente a partir de Bruxelas, como o Horizonte Europa. Dentro do programa-quadro, as parcerias serão muito importantes para trazer mais investigação e inovação, que ajudarão a indústria a enfrentar diversos desafios. Incluindo o desafio da economia circular. É importante referir que, no seu conjunto, as parcerias, das quais sou relatora, representam cerca de 50% do orçamento do Horizonte Europa, que é de 95.5 mil milhões de euros. Além da economia circular, abrangem temas como a energia, os transportes e as tecnologias digitais, incluindo o 5G".

Ao nível das políticas europeias, frisou, existem diversos planos e leis recentemente aprovados, que apontam na direção que a Europa quer seguir nos próximos anos. "Começando pelo pacto ecológico, o European Green Deal, que é o chapéu. A lei do clima, que representa um dos grandes desafios para a União Europeia nos próximos anos, exigindo a redução das emissões dos gases com efeitos de estufa em pelo menos 55% até 2030. E prosseguindo no Plano de Ação para a Economia Circular. Sem esquecer, claro, a recente publicação da Estratégia Industrial, que é igualmente essencial para ajudarmos os diferentes setores de atividade a ultrapassarem a crise causada pela pandemia de Covid-19 e a projetarem-se no futuro, alinhados com as transições verde e digital".

A ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior sublinhou que a Ciência, a Inovação e a tecnologia devem ser horizontais a toda esta transformação. Para que, realçou, se desenvolvam as tecnologias apropriadas, limpas e a custos acessíveis. "Não devemos dar saltos tecnológicos sem sustentação. Quando vejo o anunciado investimento no chamado Hidrogénio Verde, pergunto-me se não estaremos a arriscar demasiado numa solução tecnológica que ainda não foi suficientemente verificada e testada à escala real. E se não o poderíamos fazer de uma forma mais descentralizada, com projetos de menor dimensão, sem tirar recursos a alternativas mais fiáveis, com a capacidade de alcançarem os mesmos objetivos. A par dos investimentos que se anunciam – talvez mesmo antes destes – é muito importante olhar para todo o ecossistema de inovação e pensar como torná-lo mais forte". 

 

 

 

 

 
 
 
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