Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, participou esta sexta-feira, dia 23 de abril, no painel "Global Governance, Big Science and European Science" da conferência "Perspectives on big science and the question of justice". O evento foi co-organizado por Panagiotis Charitos, do CERN, em conjunto com European Research Council e a Comissão Europeia.
"Desde a Segunda Guerra Mundial, a Big Science tem sido a principal impulsionadora de avanços significativos na Física, Astronomia, Ciências Biológicas e outros campos do conhecimento. Das missões Apollo ao CERN, projetos de grande escala, financiados por governos e organizações internacionais, levaram-nos a descobertas e realizações surpreendentes. Não tenho dúvidas de que esse tipo de esforço coordenado será igualmente importante no futuro", afirmou a eurodeputada na sua intervenção.
A Big Science, notou, "desempenhará um papel cada vez mais relevante como facilitadora das tão necessárias tecnologias médicas e biomédicas. Também será essencial para nos ajudar a alcançar as nossas transições verde e digital. Quando consideramos a questão da descarbonização e do desenvolvimento de fontes renováveis de energia, é claro que precisaremos da Big Science. Precisamos dela para aproveitar todo o potencial do hidrogénio e para desenvolver ainda mais fontes de energia não fóssil disruptivas. Se quisermos preservar e melhorar o nosso modo de vida, ao mesmo tempo em que enfrentamos os grandes desafios do nosso tempo, precisaremos de inovação, com base em investigação científica bem financiada e bem coordenada".
Historicamente, sublinhou, "a grande vantagem da Big Science tem sido a liberdade e os recursos dados aos cientistas para cobrir todas as dimensões da investigação, desde as ciências fundamentais às aplicadas. Isso foi libertador, no sentido de que, antes, a investigação era essencialmente impulsionada por necessidades específicas da indústria". Por outro lado, frisou, "é necessário haver um equilíbrio entre ela e a manutenção do acesso ao financiamento para investigação e inovação aberto a participantes de mais pequena dimensão". A diversidade, disse a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, "é extremamente importante. Especialmente se houver uma boa coordenação das políticas e das prioridades".