Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, participou esta quinta-feira, dia 24 de junho, nos Dias Europeus de Investigação e Inovação (R&IDaysEU). A convite da comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação, Juventude e Desporto, Mariya Gabriel, a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior participou na sessão "Partnering with Member States to prioritise transformative R&I investments and reforms", dedicada ao debate sobre a visão e o nível de ambição pretendidos através das ações de Investigação e Inovação incluídas nos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) dos Estados membros da UE, bem como o apoio à disposição dos mesmos para levarem a cabo reformas naquelas áreas. Além da eurodeputada, participaram nesta sessão Patrick Child, Vice-Diretor-Geral da DG Investigação e Inovação da Comissão Europeia, Lívia Vašáková, Diretora-Geral da Divisão responsável pelo Plano de Recuperação e Resiliência no Ministério das Finanças da Eslováquia e Céline Gauer, Diretora-Geral do Grupo de Trabalho Recuperação e Resiliência da Comissão Europeia.
"O Mecanismo de Recuperação e Resiliência está profundamente ligado à dupla transição (verde e digital). Não estamos apenas a dar aos Estados membros, às nossas indústrias e empresas, dinheiro para compensar as suas perdas. Esperamos que utilizem esses recursos para fazer as adaptações necessárias para cumprir os objetivos da União Europeia. Para isso, entretanto, eles precisarão de Investigação e de Inovação", frisou Maria da Graça Carvalho, durante a sua intervenção. A eurodeputada, relatora do Parlamento Europeu para as parcerias do programa-quadro Horizonte Europa e autora do relatório sobre a Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho, manifestou-se convencida de que a Investigação e a Inovação desempenharão um papel fundamental na recuperação pós-pandemia e no cumprimento dos objetivos verdes e digitais da UE. "Sempre acreditei no poder da Ciência ao serviço dos nossos cidadãos e das nossas economias. É por isso que dediquei tanto do meu tempo a isso. Primeiro como académica e depois como política. Investigação e Inovação fornecem-nos as ferramentas de que precisamos para implementar mudanças. E é de mudança que estamos a falar".
No que toca à transição verde, notou a eurodeputada do PPE, não será suficiente adaptar apenas o nosso modo de vida. "Claro que precisaremos de fazer ajustes. Porém, a menos que estejamos dispostos a desistir de muitas das nossas conquistas civilizacionais, como mobilidade, habitação confortável, acesso a alimentação e serviços, qualidade de vida em geral, precisaremos de ser criativos. Precisaremos de criar novas tecnologias sustentáveis que irão substituir as existentes, que causam um grande prejuízo ao nosso planeta. Teremos que trabalhar na eficiência energética, na captura de carbono e assim por diante. Algumas dessas tecnologias já existem, mas terão que ser ampliadas. Outras terão que ser inventadas. E tudo isso requer investimento em Investigação científica, da Investigação fundamental à Ciência aplicada".
Em relação à transição digital, referiu, ela é baseada em Investigação e Inovação. "Na verdade, uma das prioridades definidas pela Comissão Europeia na sua Agenda Digital é melhorar a transferência de tecnologia das universidades e instituições de investigação para os mais diversos setores. Para embarcar totalmente na transição digital, precisamos de Investigação e Inovação para nos fornecer as soluções técnicas e as competências necessárias".
Maria da Graça Carvalho, vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), assinalou o facto de os PRR nacionais estarem obrigados a respeitar as prioridades da União Europeia, especialmente no que se refere ao Green Deal e considerou que isso oferece algumas garantias. Além disso, afirmou, a Comissão Europeia já deixou claro que irá acompanhar de perto a implementação dos planos nacionais. Sobre oportunidades de sinergia, complementariedade e parcerias, a eurodeputada disse esperar que haja uma relação entre os PRR nacionais e o Horizonte Europa, programa-quadro da UE para a Investigação e Inovação.
"Os fundos do Horizonte Europa podem, por exemplo, ser usados como contribuições nacionais nas parcerias do Horizonte Europa, tanto a montante como a jusante. A montante para formação e também infraestruturas e, a jusante, através do financiamento de atividades complementares. Estes fundos também podem ser utilizados nas missões do Horizonte Europa, para financiar atividades adicionais e em projetos com o Selo de Excelência, com avaliações excelentes ou muito boas, que não se qualificaram para financiamento no âmbito do programa-quadro", indicou a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, durante esta sessão dos R&IDaysEU.