Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégicas do programa-quadro Horizonte Europa, participou esta terça-feira, dia 22 de março, no Clean Aviation Forum, em Bruxelas, tendo sido uma das oradoras convidadas do painel intitulado “Flying towards a green horizon: Clean Aviation takes off”.
"Estamos num momento crítico da história da União Europeia. A pandemias atingiu o coração da nossa vida social e económica. A guerra na Ucrânia está a abalar as bases do direito internacional e leva-nos a tomar decisões que eram impensáveis há apenas alguns meses. Provavelmente é apenas um início para mudanças drásticas na forma como implementamos as nossas relações internacionais e as nossas políticas energéticas. Nesse contexto, existem desafios subjacentes como o Green Deal e a estratégia industrial. As metas estabelecidas para 2030 e 2050 exigem esforços muito grandes de todos os atores económicos, nos setores público e privado. A colaboração e a cooperação são as únicas formas de atingir esses objetivos, especialmente na investigação e inovação. As iniciativas conjuntas são um bom exemplo de modelo de parceria público-privada que pode fazer a diferença. A Aviação Limpa é uma dessas PPPs e talvez uma das mais centrais do nosso modelo económico. Se quisermos continuar a voar como estamos acostumados a fazer, precisamos de tecnologias limpas para aviões e combustíveis mais eficientes e menos poluentes. Sem essas inovações, não podemos atingir as metas", disse Maria da Graça Carvalho, relatora para a iniciativa conjunta Aviação Limpa, no quadro das parcerias estratégicas do Horizonte Europa.
No decorrer do processo de codecisão, lembrou a eurodeputada do PPE, o Parlamento Europeu, juntamente com o Conselho, introduziram várias melhorias nos textos jurídicos, que detalham as regras das parcerias estratégicas:
- maior abertura, transparência e inclusão, no sentido de ter um maior envolvimento dos cidadãos, das organizações da sociedade civil e dos utilizadores finais, incluindo as PMEs e as Startups;
- promoção da diversidade geográfica e da igualdade de género;
- menos burocracia administrativa para conseguir maior grau de eficácia;
- melhor integração da ciência, desenvolvimento tecnológico e inovação;
- promoção de sinergias entre as várias parcerias, mas também entre os vários fundos e instituições financeiras ou fundações, europeias e nacionais, no sentido de ajudar a ultrapassar as limitações dos recursos financeiros disponibilizados pelo Horizonte Europa;
- dar maior visibilidade às parcerias e às suas atividades, potenciando o envolvimento das redes académicas, científicas e de conhecimento, parceiros sociais e económicos, meios de comunicação social, organizações da indústria e PME;
"Existem, obviamente, grandes desafios para todo o setor da aviação e para a parceria da Aviação Limpa, tais como a gestão de tráfego aéreo eficiente, a liderança industrial, o fornecimento de energia e pegada ambiental, a segurança e proteção, a investigação contínua, os testes ou o aperfeiçoamento de competências", enumerou a eurodeputada, vice-coordenadora do Grupo do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE). "A parceria da aviação limpa, na sua organização e configuração renovada, pode trazer um novo começo para todo o setor. O orçamento é sempre problemático, sabemos disso, mas para além dos recursos já comprometidos tanto do Horizonte Europa como dos operadores da indústria que fazem parte da parceria, a Comissão Europeia deve trabalhar no sentido de favorecer sinergias a todos os níveis, europeu, nacional e subnacional", sublinhou durante a sua intervenção num painel que contou ainda com participação de Jean-Eric Paquet (Diretor Geral para a Investigação e Inovação da Comissão Europeia), Eric Dalbiès (Safran Aircraft Engines) e Willie Walsh (IATA).