O combate a todas as formas de discriminação é uma prioridade para o Parlamento Europeu, que para melhorar a situação das pessoas com deficiência, introduziu uma série de iniciativas, programas e estratégias ao longo de várias décadas. A pandemia da Covid-19 veio acentuar de maneira desproporcional as dificuldades para a população com deficiência, especialmente para pessoas do sexo feminino, mais velhas e com menos instrução. O que esperar desta Estratégia? Quais são as prioridades da União Europeia em matéria de inclusão social? Para tentar responder a estas e a outras perguntas, Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, participou esta sexta-feira, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, num debate sobre "Inclusão e Deficiência", com Manuel Pizarro (S&D) e José Gusmão (GUE/NGL), a convite do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal.
No debate, que contou com tradução simultânea em linguagem gestual, a eurodeputada falou da importância da escola e da universidade inclusiva e de os financiamentos europeus serem utilizados para garantir esse inclusão. "O investimento público em Portugal é quase todo financiado ou cofinanciado por fundos europeus e, por isso, as políticas de inclusão devem ser tidas em atenção. Mas hoje existe uma maior consciência dos decisores políticos sobre a diversidade e a inclusão e esperamos que, no futuro, na prática, no dia-a-a dia dos serviços públicos, a situação melhore e tudo seja feito de uma forma mais holística", disse a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior e Professora Catedrática do Instituto Superior Técnico.
Estima-se que existam 100 milhões de pessoas com deficiência na UE e a taxa de emprego de pessoas com deficiência (20-64 anos) é de 50,8%, em comparação com 75% para pessoas sem deficiência, sendo imperativo que as pessoas com deficiência tenham acesso pleno e igual ao mercado de trabalho, tendo a pandemia da Covid-19 realçado ainda mais as desigualdades, foi igualmente referido durante o debate pelos vários intervenientes.