Maria da Graça Carvalho participou esta terça-feira, dia 7 de novembro, no Fórum de celebração de 20 anos da Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos (EDCTP). A eurodeputada do PSD salientou a importância desta iniciativa, que foi criada há 20 anos com base na premissa de que “não existe uma verdadeira transferência de tecnologia sem o reforço das capacidades”, e que com o passar dos anos se tornou uma das mais internacionalmente reputadas parcerias na área da Saúde.
“A EDCTP tornou-se a principal iniciativa para a cooperação internacional no domínio da Saúde”, afirmou Maria da Graça Carvalho. “Não apenas em África, mas em todo o mundo. Envolve a União Europeia, 15 países europeus, 27 países africanos e uma série de grandes doadores internacionais, nomeadamente a Fundação Bill e Melinda Gates.”
A eurodeputada do PSD afirmou ainda estar orgulhosa pela recente entrada da Guiné-Bissau na parceria e pela candidatura de Angola, passos que demonstram a sua contínua expansão. Relembrou que a EDCTP começou pelo empenho de Moçambique, na figura do à época Primeiro-Ministro Dr. Pascual Mucumbi. Maria da Graça Carvalho fez também parte do lançamento desta parceria, enquanto Ministra da Ciência e do Ensino Superior de Portugal, e tem estado, desde então, envolvida nos EDCTP 2 e EDCTP 3 como eurodeputada.
“Como portuguesa, orgulho-me de dizer que esta viagem começou com a cooperação entre dois países de língua portuguesa”, declarou a eurodeputada. “Tive a honra de participar no lançamento da EDCTP, há vinte anos, quando era Ministra da Ciência e do Ensino Superior em Portugal. O empenho e o compromisso do Dr. Pascual Mucumbi, que era então Primeiro-Ministro de Moçambique, foram muito importantes para tornar este sonho uma realidade. Infelizmente, o Dr. Mucumbi faleceu este ano. Gostaria de lhe prestar a minha homenagem”.
Até à data, a EDCTP apresentou resultados ímpares na inovação em Saúde. Possibilitou a implementação de um ensaio clínico de fase 3, pela primeira vez em quarenta anos, para um novo tratamento da tuberculose. Esteve ainda por trás da nova vacina para a malária, que a OMS recomendou a crianças na África subsariana e noutras regiões, após a realização de projetos-piloto bem-sucedidos no Quénia, no Gana e no Maláui.
“Temos razões para estarmos orgulhosos do que foi alcançado. No entanto, não devemos acomodar-nos. Existem várias doenças relacionadas com a pobreza, responsáveis por numerosas mortes, como a doença do sono e o tracoma, que ainda não foram tratadas”, afirmou a eurodeputada. “Há também espaço para melhorias em termos de cooperação, envolvendo outros países, incluindo europeus, mas também reforçando os laços entre as nações africanas”.