O Parlamento Europeu aprovou, na última sessão plenária em Estrasburgo, o meu relatório sobre nove parcerias europeias com a indústria, no âmbito do Horizonte Europa, o programa-quadro da União Europeia para a Ciência e Inovação. Em causa está um investimento de 20 mil milhões de euros. Pelo menos metade desse valor será suportado pelos parceiros privados. O relatório foi aprovado por ampla maioria, com 634 votos a favor, 39 contra e 33 abstenções. Sou ainda relatora de outras duas parcerias estratégicas, uma sobre Computação de Alto Desempenho e outra sobre Metrologia, tendo o relatório sobre a primeira sido já aprovado em plenário em junho e o relatório sobre a segunda recebido luz verde em setembro na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia - ITRE - da qual sou vice-coordenadora pelo Partido Popular Europeu (PPE). Este último será agora debatido em plenário a 10 de novembro e votado no dia seguinte.
Na intervenção que fiz no debate do final de outubro, no qual marcou presença a comissária europeia da Inovação, Investigação, Educação, Cultura e Juventude, Mariya Gabriel, sublinhei a importância decisiva daquele investimento para o presente e futuro da Europa e a diversidade de áreas cobertas pelas parcerias abrangidas num Ato Único Simplificado. As nove parcerias agora aprovadas são: Saúde Global, Iniciativa Saúde Inovadora, Tecnologias Digitais Essenciais (incluindo 5G e 6G), Europa Circular de Base Biológica, Hidrogénio Limpo, Aviação Limpa, Setor Ferroviário Europeu, Investigação Sobre a Gestão do Tráfego Aéreo no Céu Único Europeu e Redes e Serviços Inteligentes.
No relatório das parcerias abrangidas num Ato Único Simplicado, agora aprovado pelos eurodeputados, trabalhei por conseguir a inclusão, no mesmo, dos princípios da abertura, transparência e inclusão, transversais a todas as parcerias, o reforço da participação de Pequenas e Médias Empresas (PME) e de Start-ups, e o aumento de soluções inovadoras que chegam ao mercado, eliminando barreiras, simplificando processos e criando condições para a possibilidade de sinergias com outros programas e fundos europeus.
E para quem possa imaginar que tudo isto é retórica e boas intenções posso dar um exemplo muito simples e concreto: Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou pela primeira vez o uso de uma vacina contra a malária em crianças de países da África Subsariana. A vacina em causa foi desenvolvida graças ao forte envolvimento direto e indireto, da parceria EDCTP, agora chamada de Saúde Global, a qual, não só continuará, como sairá reforçada neste Ato Único. Este é um exemplo do extraordinário potencial destas iniciativas. E estou certa que outros se seguirão. De uma nova geração de aviões comerciais, com níveis reduzidos de emissões de CO2, a medicamentos inovadores e uma gestão mais eficaz das nossas matérias-primas e recursos naturais. Sem esquecer a decisiva digitalização. Estas parcerias são portas que se abrem para o nosso futuro.