A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho defendeu hoje, numa conferência promovida pela plataforma Knowledge for Innovation, que é preciso criar uma Área Europeia de Inovação (European Innovation Area) de forma a tirar melhor partido do conhecimento produzido na União Europeia.
Num webinar que contou com a participação da comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, Maria da Graça Carvalho começou por referir os “recentes sucessos” anunciados sobre duas vacinas contra a COVID-19 em desenvolvimento, a BioNTech e a Curevac, “ambas com apoio do programa-quadro [da Ciência e Inovação] Horizonte 2020”.
Contudo, considerou que estes bons exemplos não apagam a necessidade de se ir “mais além” nos esforços para potenciar a ciência produzida na Europa, “desde a investigação fundamental” até ao desenvolvimento das “soluções sem as quais não poderemos responder eficazmente a muitos dos desafios dos nossos tempos”. “Durante muito tempo pensou-se que a investigação era global, mas a inovação tinha uma caraterística mais local. Esta crise muito difícil que atravessamos mostrou-nos que não é assim, que já não é assim”, disse.
“Já temos uma Área Europeia de Investigação e uma Área Europeia de Educação”, lembrou. “Precisamos de alguma coisa que as una. E essa coisa será a Área Europeia de Inovação”, defendeu. “Assim teremos reunido todo o triângulo do conhecimento: Educação, Ciência e Inovação. Teremos uma Área Europeia do Conhecimento”, concluiu, apontando o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), que já atua em todos os planos do triângulo do conhecimento, como uma referência.
Por fim, a eurodeputada deixou uma palavra sobre a situação dos jovens investigadores europeus, “particularmente atingidos pela presente crise”, pedindo à comissária europeia para tomar medidas no sentido de os proteger.
Maryia Gabriel subscreveu a necessidade de se criar um “ecossistema de inovação na Europa”, lembrando que apesar de esta ser “reconhecida mundialmente como uma referência em termos de publicações de projetos de investigação, teve apenas 52 start-ups que cresceram até avaliações acima dos mil milhões de euros” – os chamados ‘unicórnios’ -, referindo que “a Europa tem 12% dos ‘unicórnios’ do mundo, enquanto a China e os Estados Unidos têm 40% cada um”.
A comissária referiu ainda que, embora a UE já dedique uma parcela significativa dos seus fundos à inovação, não apenas via programa de ciência, mas também através dos fundos de coesão e até da Política Agrícola Comum, é preciso trabalhar nessa abordagem de ecossistema.