A eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, foi a anfitriã da sessão que assinalou formalmente a criação da European Ocean Research and Education Alliance (EOREA), uma coligação de universidades e centros de investigação europeus ligados ao estudo do oceano e ao desenvolvimento de tecnologias a este associadas.
Na sua intervenção, Maria da Graça Carvalho sublinhou a importância desta conjugação de esforços de instituições de referência, cobrindo todas as dimensões do triângulo do conhecimento: Educação, Investigação Científica e Inovação, de forma a permitir à Europa alcançar as ambiciosas metas que definiu para o desenvolvimento da chamada Economia Azul, com uma forte componente de proteção e valorização dos recursos marinhos.
A eurodeputada - que, na qualidade de relatora da agenda estratégica do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT, do programa-quadro Horizonte Europa) conseguiu ver aprovada a criação de uma nova Comunidade de Conhecimento e Inovação dedicada à água -, admitiu que se tem revelado “difícil” colocar o tema dos oceanos no topo da agenda europeia, sobretudo junto dos países que não têm zonas costeiras importantes. “Todos reconhecem a importância do oceano, mas, no momento de tomar decisões específicas, surgem muitas vezes outras coisas que são consideradas mais importantes. O tema não gera os consensos de, por exemplo, uma Política Agrícola Comum”, lamentou, acrescentando que, ainda assim, começa a consolidar-se a consciência de que este “é um assunto importante para todos os europeus”.
O evento de lançamento da EOREA contou com uma intervenção da Comissária Europeia para a Inovação, Investigação Científica, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, a qual descreveu o oceano como “um tesouro” que a Comissão Europeia “está empenhada” em proteger, dando as boas-vindas às sinergias criadas pela EOREA pelo “impacto” que estas poderão ter.
A EOREA reúne 14 instituições fundadoras. A saber: Universidade de Aix Marseille (França), Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, Universidade Aalto (Finlândia), Universidade Técnica da Dinamarca, Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica), Centro Helénico para a Investigação Marinha (Grécia), Universidade Chalmers de Tecnologia (Suécia), Conselho Nacional de Investigação de Itália, Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico (Portugal), Universidade de Tecnologia de Delft (Países-Baixos) Instituto Jozef Stefan, Ljubljana (Eslovénia), Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Marinho (Roménia) e Universidade de Southampton (Reino Unido).
Carlos Guedes Soares, professor de Engenharia do Instituto Superior Técnico e coordenador científico do CENTEC, é um dos membros da direção da EOREA e esteve entre os oradores da sessão, sublinhando a importância de esta nova aliança conjugar a componente de estudo do oceano com a capacidade tecnológica e de inovação, algo que considerou não estar tão presente noutros consórcios existentes.