No passado fim de semana participei num dos mais pacíficos e construtivos congressos do PSD em que me recordo de ter estado presente, e isso são boas notícias para o partido. O consenso em torno da nova liderança de Luís Montenegro, expresso na maioria absoluta alcançada pela sua lista ao Conselho Nacional, significa que teremos daqui em diante um partido unido e focado no objetivo de crescer em cada ato eleitoral.
O sucesso da liderança de Luís Montenegro será o sucesso do PSD. E o sucesso do partido será o sucesso de Portugal, porque a nossa proposta é a que melhor serve os interesses no país. É a proposta que melhor combina a natureza de partido humanista, que sempre nos caracterizou, com uma visão de desenvolvimento sustentado, que sistematicamente falha aos nossos principais adversários políticos.
Uma visão assente na criação de um ecossistema favorável ao crescimento económico. Combatendo bloqueios crónicos, como o excesso de burocracia, a ineficiência da Justiça e uma elevada e confusa carga fiscal. Um desenvolvimento baseado na aposta na Educação, na Ciência e na Inovação. Criando mais riqueza, para melhorar as vidas de todas e de todos os portugueses. Para tornar Portugal, não apenas num país mais próspero, mas menos assimétrico.
Para construirmos este futuro para Portugal, precisamos de tirar melhor partido do facto de pertencermos a uma União Europeia. E, por isso, a delegação do PSD no Parlamento Europeu levou a este 40.º Congresso uma moção, intitulada Mais Europa, na qual se elencam alguns dos principais desafios estratégicos para a Europa no curto e médio prazo e se identifica o posicionamento que o nosso país deverá assumir em relação a estes.
Ao nível da União Europeia, na ressaca da pandemia de Covid-19 e com um contexto de guerra às nossas portas, vivemos uma era de forte reforço da cooperação entre os estados-membros. Na investigação científica e na inovação. Na Saúde, tanto ao nível da atividade científica, como na prestação de cuidados. Na segurança. Na energia. Na transição digital. E é fundamental que o nosso país faça parte desta transformação. Não podemos desperdiçar oportunidades, como fizemos tantas vezes no passado.
Portugal não pode conformar-se, o PSD não pode conformar-se, com a queda para a cauda do pelotão europeu a que nos tem conduzido o Partido Socialista. A falta de visão e de ambição renovadora do Partido Socialista que, mesmo com o conforto de uma maioria absoluta, continua a hesitar em fazer as reformas de que o país precisa.
Este congresso marcou também a passagem de testemunho oficial de Rui Rio, e tenho de deixar aqui uma palavra de apreço para quem nos liderou, em circunstâncias tão difíceis, nos últimos anos.
Na sua liderança, o PSD construiu programas bem estruturados e bem detalhados. Programas que, reafirmo, eram incomparavelmente melhores para o país e para os portugueses do que as propostas que acabaram por merecer os votos da maioria dos eleitores.
Infelizmente - e esta é uma responsabilidade partilhada por todos nós - não conseguimos que a nossa mensagem passasse. E devemos retirar desse facto as devidas ilações. Temos de fazer mais e melhor para ouvir os eleitores. Temos de explicar, a cada um dos portugueses, de que forma as nossas propostas podem contribuir para melhorar as suas vidas. Precisamos de dizer mais a quem, sobretudo por descontentamento, transferiu os seus votos para vendedores de ilusões. E é imperioso entender os receios daqueles que, votando ao centro, optaram pelos nossos adversários políticos.
O PSD nasceu para servir os portugueses. E será reencontrando-se com estes que irá recuperar a sua grandeza.