Os governos Sócrates herdaram dos governos Barroso e Santana Lopes dois programas comparticipados pela União Europeia no valor de mil milhões de Euros: o Programa Operacional Ciência e Inovação e o Programa Operacional Sociedade do Conhecimento. A execução destes programas conduziu à melhoria significativa dos indicadores de ciência e de inovação, como o anterior primeiro-ministro José Sócrates fez questão em salientar de forma reiterada. No entanto, como todos os portugueses notaram, a referida melhoria não teve impacto no crescimento económico.
Investir na ciência e na inovação é condição necessária, mas não suficiente, para o crescimento económico. Para que a sociedade consiga absorver o avanço científico e tecnológico os governos têm de assegurar regras de concorrência justas e rigorosas, um mercado eficiente, uma política fiscal estável, uma administração pública ágil e a formação generalizada da população.
A situação actual é muitíssimo mais grave e os fundos comunitários representam a única possibilidade de investimento público para promover o crescimento económico e o emprego. Neste momento o governo encontra-se a renegociar 15 mil milhões de Euros as do actual quadro comunitário de apoio. É crucial que neste processo seja dada prioridade aos factores que mais podem contribuir para o crescimento da economia - a ciência, a inovação e a educação - reforçando as parcerias entre centros de investigação e empresas, a inserção de especialistas altamente qualificados no tecido empresarial e o apoio ao emprego jovem qualificado.