Ao aprovar o pacote legislativo da governação económica para a Europa, o Parlamento Europeu deu um passo decisivo na direcção certa.
Este conjunto de medidas, apesar de necessário, ainda é insufi ciente. Os órgãos de decisão europeus terão de reforçar o pacote de medidas nas vertentes de mais crescimento económico, maior celeridade nos processos de decisão das Instituições Europeias e maior eficiência da estrutura de comando da UE.
Como referiu o Presidente da CE no seu Discurso do Estado da União, de 28 de Setembro, o fomento do crescimento económico exige, para além da mobilização do orçamento comunitário como alavanca para o crescimento, o aumento substantivo deste orçamento, a emissão de "Project bonds", a aposta na tecnologia e a libertação de todo o potencial do mercado interno, criando, por exemplo, o mercado único digital, bem como a concepção de programas que ajudem os jovens a encontrar o primeiro emprego.
Em simultâneo o processo de tomada e de aplicação das decisões tem de ser repensado de forma a ser possível - sem desrespeitar os princípios democráticos - encurtar o tempo que medeia entre a tomada de decisão e a sua implementação no terreno.
Finalmente, a arquitectura de comando, a nível europeu, tem de ser mais clara e mais eficiente. Por exemplo, neste momento o Euro é representado por cinco pessoas diferentes a nível europeu - Jean-Claude Junker, Durão Barroso, Olli Rehn, Herman Van Rompuy, Jan Vincent- Rostowski - que nem sequer fazem parte do mesmo órgão de decisão. A adopção de um governo económico europeu deveria traduzir-se no reforço do papel da CE e do seu Presidente. Aliás, a CE deveria ser o governo económico da Europa. Estou certa de que a Comissão, mais uma vez, fará justiça à sua reconhecida capacidade de iniciativa e apresentará no próximo Conselho Europeu um plano completo para levar a Europa a sair da crise em que se encontra.
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