A eurodeputada portuguesa Maria da Graça Carvalho questionou esta terça-feira os responsáveis da indústria farmacêutica sobre a segurança e a eficácia das vacinas contra a covid-19, atualmente em desenvolvimento, junto dos grupos mais vulneráveis da população.
“Estas vacinas são aguardadas com grande expetativa por todos, mas particularmente pelos grupos que se encontram em maior risco face à doença, por fatores relacionados com a idade ou condições clínicas preexistentes”, lembrou a eurodeputada do PSD, numa audiência conjunta das comissões ITRE (Indústria, Investigação e Energia) e ENVI (Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar), citada em nota de imprensa. “Estas vacinas serão seguras e eficazes para estes grupos, ou existirão riscos para certas franjas da população?”.
“Isto é parte do que precisaremos de ver dos ensaios clínicos durante a avaliação [das vacinas, antes da sua autorização de entrada no mercado]. Queremos ver a demonstração dessa eficácia e segurança”, respondeu Fergus Sweeney, diretor de estudos clínicos na Agência Europeia de Medicamentos (EMA), assegurando que esta autoridade de saúde europeia estará atenta a esse tema.
Jean Stéphenne, da CureVac, disse antecipar que a vacina estará disponível na Europa no prazo de seis meses. Esta, segundo o elemento da farmacêutica alemã, deverá ser administrada em duas doses para a população em geral, podendo ser necessária uma terceira toma para idosos e outros grupos de risco.
Robin Shattock, diretor do departamento de Doenças Infeciosas do Imperial College de Londres, defendeu que a relação risco/benefício das vacinas será “claramente favorável” para os grupos mais vulneráveis. “Todos estão interessados” em demonstrar a segurança e eficiência nos grupos de risco, mas que, antes disso, “temos de demonstrar que a vacina é segura junto de populações saudáveis, de forma a não colocar grupos vulneráveis em risco”, defendeu citado em nota de imprensa.