Portugal está a contribuir mais do que recebe dos fundos do programa europeu para a ciência e inovação.
Na conferência do Diário Económico sobre indústria farmacêutica, que está a decorrer no hotel Ritz, em Lisboa, a deputada portuguesa do Parlamento Europeu, Maria da Graça carvalho, revelou que "para reavermos o nosso financiamento devíamos ter ido buscar 450 milhões de euros, mas só fomos buscar 300 milhões [entre 2007 e 2011].
Ou seja, Portugal está a ser contribuinte líquido de países como a Holanda, a Bélgica, a Dinamarca, a Finlândia, Suécia e Reino Unido. São os países que vão buscar mais financiamento do que pagam". E exemplifica com a Suíça que, apesar de não pertencer à União Europeia, "vai buscar cinco vezes mais do que paga".
A área de ciência portuguesa recebe anualmente 50 milhões de euros do programa quadro. Um valor baixo, que é ultrapassado por muitas instituições. É o caso da universidade britânica Imperial College.
A deputada portuguesa, considerada a melhor deputada europeia na área de ciência, revelou ainda que o valor médio de financiamento por proposta aprovada em Portugal é cerca de 4% inferior à média de outros países.
O que se poderá dever ao facto de Portugal concorrer principalmente com projectos de menor dimensão, quando a tendência europeia é de apostar em grandes projectos porque "baixam custos administrativos".
"Portugal tem dificuldade em entrar em projectos grandes", considera, afirmando que "os projectos em consórcio na saúde serão os que mais financiamento terão no programa quadro".