Na rúbrica A Hora da Europa de março, realizada em parceria com a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC), Maria da Graça Carvalho aborda os planos para reformar o mercado da energia da UE, apresentados pela Comissão Europeia este mês, assim como os seus pontos positivos. Aponta ainda a necessidade de se investir num mercado único europeu da energia.
“A União Europeia já conta com um mercado da eletricidade bem estruturado e estável, que nos tem trazido benefícios a todos, e portanto não o devemos alterar substancialmente”, defende a eurodeputada. No entanto, é importante que se realizem esforços para se avançar para “um verdadeiro mercado interno da energia, um mercado único europeu da energia”.
“Atualmente, este mercado ainda não é uma realidade para toda a Europa, porque a rede europeia de energia tem várias falhas”, aponta Maria da Graça Carvalho. Exemplo é a existência de “ilhas energéticas” em espaço europeu, entre elas “a ausência de interligações entre a Península Ibérica e a França”, uma das “falhas muito importantes”, para a qual a resolução ainda assenta em “promessas”, que “continuam a não sair do plano das intenções”.
Estes planos da Comissão Europeia para as políticas da energia abordam agora também o “novo desenho do mercado da eletricidade”, um ponto muito positivo. No entanto, existem lacunas, em especial no que concerne o financiamento das redes e infraestruturas. “Não é claro quem vai pagar a infraestrutura, não há um calendário, quando começam os projetos que nos permitam ter toda a Europa ligada do ponto de vista de redes elétricas”, aponta a eurodeputada.
A estratégia da Comissão Europeia apresenta ainda reformas para acelerar o recurso a energias renováveis, a partir da eliminação progressiva do gás. Para Maria da Graça Carvalho, as medidas elaboradas neste sentido devem procurar proteger os consumidores de instabilidades no mercado, assegurando “que não voltaremos, no futuro, a estar tão dependentes de potências externas à Europa e à União Europeia. Em especial de potências tão imprevisíveis como a Rússia”.
Ao longo do último ano, sentimos o impacto de uma escalada de preços da energia, que contribuiu para o aumento da inflação e se refletiu em diversos bens e serviços, nomeadamente nos bens alimentares de primeira necessidade. O debate sobre o mercado da energia, que decorre em consequência destes problemas, levará agora a “meses de intensas negociações”, que procurarão “dar substância a uma iniciativa da maior relevância para o futuro de todos os europeus”. “Este é um tema que nos toca a todos”, afirma Maria da Graça Carvalho.