Imprensa Eurodeputados alertam para isolamento energético da Península Ibérica

Notícias | 10-03-2022 in Jornal de Negócios

Mais rapidez na ligação do mercado elétrico ibérico ao resto da União Europeia e a reavaliação dos projetos de interligação de gás excluídos da lista de Projetos de Interesse Comum três meses antes da invasão russa à Ucrânia. Estas são algumas das propostas que uniram eurodeputados portugueses, espanhois e franceses numa iniciativa contra o isolamento energético da Península Ibérica. 

Numa carta enviada a Emmanuel Mácron, que tem atualmente  presidência do Conselho da União Europeia; Charles Michel, presidente do Conselho Europeu; e Ursula von der Leyen presidente da Comissão Europeia, as delegações portuguesa, espanhola e francesa do Partido Popular Europeu apresentaram um conjunto de medidas no sentido de resolver a questão do isolamento energético da Península Ibérica, mas, também, acelerar soluções de curto prazo para encontrar uma alternativa à dependência energética da União Europeia face à Rússia. 

Na carta, cuja iniciativa foi liderada pelas deputadas portuguesas Lídia Pereira e Maria da Graça Carvalho, os eurodeputados defendem que acelerar as melhorias da ligação do mercado elétrico ibérico ao resto da UE, apenas prevista para o final da década, é um passo decisivo na construção de "um verdadeiro mercado energético europeu" e para "a nossa independência de países terceiros como a Rússia." Apesar disso, lembram, "a 5ª Lista de Projetos de Interesse Comum divulgada pela Comissão Europeia em novembro de 2021, não incluiu as interligações de gás que permitiriam aumentar as importações do Norte de África".

 

Os eurodeputados defendem, por isso, a necessidade de "reavaliação dos projetos de interligação de gás que permitiriam a utilização dos terminais de Gás Natural Liquefeito existentes em Portugal e Espanha, tornando a Península Ibérica uma porta de entrada para a Europa."

E lembram, também, que no ano passado "a produção de energia em Espanha atingiu 75% entre fontes renováveis e outras fontes de energia de emissões líquidas zero, e em Portugal, esteve perto de 80% a partir de fontes renováveis, continuando o investimento em energias renováveis a crescer em ambos os países."

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