A Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia do Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje, por unanimidade, uma proposta para duplicar as verbas comunitárias a atribuir à inovação e à ciência no orçamento que vigorará a partir de 2013.
A emenda que a Comissão hoje aprovou, no âmbito da revisão do 7ª Programa-Quadro da União Europeia em matérias de investigação e desenvolvimento, frisa a necessidade "de se reforçar, estimular e assegurar o financiamento da investigação e desenvolvimento na União Europeia mediante um aumento significativo na despesa pertinente a partir de 2013", no âmbito do 8ª Programa-quadro de Investigação.
O texto defende ainda um "aumento do financiamento, que em condições ideais se deveria cifrar numa duplicação do orçamento" e o facto de ter merecido a aprovação de todos os grupos políticos e de todos os países permite estar otimista quanto a aprovação pelo plenário, disse à agência Lusa Maria da Graça Carvalho, a eurodeputada portuguesa que apresentou a emenda, seguida por outros quatro eurodeputados.
"É um sinal muito bom que haja esta unanimidade e o suporte de diferentes países, porque um dos problemas do atual programa-quadro e uma divisão muito heterogénea do financiamento por países e por regiões Os novos Estados-membros, mas também os países do Sul da Europa, tem uma participação menor que os países do Norte e do Centro da Europa", afirmou.
A aceitação da proposta para duplicar os 50 mil milhões de euros do 7º Programa-Quadro para 100 mil milhões de euros permite assim "introduzir algumas linhas orientadoras" para o oitavo programa quadro, acrescentou a eurodeputada social-democrata.
A proposta aponta ainda para uma simplificação "radical" dos procedimentos de financiamento, para a conjugação do reforço dos fundos com a adoção de uma abordagem mais orientada para os resultados e para a promoção do crescimento sustentável da investigação científica, bem como a aposta em futuros centros de excelência.
"Temos que procurar um sistema em que se identifique excelência em universidades mais pequenas, universidades periféricas, e que elas possam ser agregadas a outras mais conhecidas", referiu Maria da Graça Carvalho, defendo a necessidade de identificar também "as sementes de excelência e dar-lhes massa crítica, associando-os a pontos e grupos de excelência" já existentes.