Na rúbrica A Hora da Europa de abril, realizada em parceria com a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC), Maria da Graça Carvalho aborda os planos da União Europeia (UE) para a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 2030, a partir do pacote Fit-for-55, e fala ainda sobre o atual debate em torno da reforma do Mercado Elétrico Europeu.
A União Europeia tem o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2050. Para alcançar esta meta é muito importante a finalização do pacote Fit-for-55, conseguida na sessão plenária de abril, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Este pacote apresenta um “conjunto muito alargado de iniciativas, que apontam para uma redução das emissões de gases com efeito de estufa em 55%, já no final desta década, portanto, em 2030”.
Para dar mais um passo nesta direção, resta agora à União Europeia regulamentar o Mercado Elétrico Europeu. Maria da Graça Carvalho foi nomeada relatora-principal do Regulamento sobre Integridade e Transparência do Mercado Grossista de Energia (REMIT), um regulamento que “visa combater a manipulação deste mercado”, pelo que terá um papel preponderante neste objetivo. Foi ainda nomeado negociadora, em nome do PPE, do relatório do desenho do mercado elétrico europeu propriamente dito.
“A questão da energia sempre esteve intimamente ligada à questão do ambiente”, defende a eurodeputada. É por isso que, “para sermos bem-sucedidos no combate às alterações climáticas”, é necessário que a Europa faça a “transição verde para as fontes de energia renováveis, potenciando as tecnologias já existentes e desenvolvendo outras tecnologias inovadoras”. “Só assim faremos esta transformação sem prejudicar a economia dos nossos estados-membros”, conclui Maria da Graça Carvalho.
Neste sentido, o PPE tem defendido um grande investimento na UE em atividades “de investigação científica, de inovação, e de desenvolvimento tecnológico”, que permitam a transformação necessária no caminho para a neutralidade carbónica, salvaguardando a qualidade de vida a que os europeus se habituaram.
“Precisamos de apostar no conhecimento, de forma a termos acesso a mais tecnologia limpa e que não seja muito cara, tecnologia acessível”, afirma Maria da Graça Carvalho. Ao mesmo tempo, “temos de garantir que os objetivos que definimos são realistas e que os conseguimos concretizar”, sempre com base em dados e evidências científicas.
“Por exemplo, o meu grupo político, o Partido Popular Europeu, votou contra a proibição de novos veículos com motores de combustão interna a partir de 2035. Porque, na nossa opinião, é um objetivo irrealista. E porque se baseia na ideia de que a eletrificação dos veículos é o único caminho possível. Nós queremos deixar em aberto as várias opções”, aponta.
Na luta pelas alterações climáticas, é importante seguir o caminho da neutralidade carbónica com cautela, e sempre a partir da neutralidade tecnológica. Isto porque, “o que verdadeiramente importa é que, no final, tenhamos sucesso na concretização dos nossos objetivos: reduzir as emissões mantendo uma neutralidade tecnológica”.