Numa audiência na Comissão ITRE - Indústria, Investigação e Energia, onde é vice-coordenadora do grupo do Partido Popular Europeu, Maria da Graça Carvalho, citada em comunicado enviado às redações, confrontou o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, com a estratégia portuguesa para o hidrogénio, que "foi considerada excessivamente ambiciosa e centralizada". A eurodeputada do PSD questionou também o ministro sobre o atraso da Europa e de Portugal nos objetivos para a eficiência energética, perguntando como é que a presidência portuguesa "irá mobilizar os restantes países para atingirem os objetivos".
Matos Fernandes rejeitou que a estratégia portuguesa para o hidrogénio tenha sido criticada, assegurando que "por cada mil apreciações que existem, há 999 que dizem que é boa", mas assumiu a necessidade de se fazer um esforço de "coordenação" entre os Estados-membros em todos os temas da energia, para que os processos avancem, lê-se na mesma nota à imprensa.
Já o ministro das Infraestruturas e Habitação falou na importância da quinta geração móvel (5G). Maria da Graça Carvalho avisou, de acordo com a mesma nota, que "este é um processo atrasado na maioria dos estados-membros", estando Portugal "claramente no grupo dos países com maiores dificuldades", defendendo ser precisa uma "estratégia concertada", "mais investimento" e um renovado empenho do governo português "para que o processo avance de forma decidida" em toda a União.
Na audiência participou também Siza Vieira, ministro da Economia. A eurodeputada do PSD, de acordo com o comunicado, pediu o apoio da presidência portuguesa para a revisão da Estratégia Industrial da Comissão Europeia. Também lembrou a urgência de "terminar o processo de aprovação dos planos de recuperação económica e fazer chegar o financiamento às empresas". Maria da Graça Carvalho questionou o ministro : "Portugal não é conhecido pelo encurtamento de prazos, nomeadamente nos pagamentos às PME. Como nos pode assegurar que o governo português fará melhor na Europa do que tem feito a nível nacional?".
Quanto à intervenção de Manuel Heitor, ministro da Ciência e Ensino Superior, a eurodeputada assumiu que as prioridades elencadas pelo governante estão "completamente em linha" com as do Parlamento Europeu, deixando alertas: a necessidade de se assegurar "a retroatividade a 1 de janeiro" do programa-quadro e de ser dada "muita atenção às carreiras dos jovens investigadores europeus".