A eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho, vice-coordenadora do grupo do Partido Popular Europeu na Comissão da Indústria, Investigação Científica e Energia (ITRE), foi nomeada relatora da iniciativa “Fábricas da Inteligência Artificial”, cujo principal objetivo é incentivar o desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial (AI) por parte das PME e start-ups inovadoras, mas também de outros atores públicos e privados, garantindo-lhes acesso ao poder dos supercomputadores e a outros recursos essenciais.
Com esse fim, a presente iniciativa irá adaptar o regulamento, do qual Maria da Graça Carvalho já tinha sido relatora, relativo à parceria europeia sobre computação de alto-desempenho (EuroHPC). O regulamento em causa visa dotar a União Europeia de uma rede de supercomputadores, entre os quais se conta o Deucalion, já instalado na Universidade do Minho. A social-democrata foi também, no Parlamento Europeu, membro da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial na Era Digital (AIDA), cujo mandato foi concluído em março de 2022.
“Estou muito satisfeita com a tarefa que me foi confiada, porque esta incide sobre um tema no qual tenho sido muito insistente ao longo dos últimos anos, que é a necessidade de se criarem condições para que o esforço legislativo e os investimentos que têm sido dedicados à Inteligência Artificial se traduzam em benefícios tangíveis para a economia e para a sociedade”, refere a eurodeputada.
“Em dezembro de 2023, o Parlamento Europeu e o Conselho aprovaram aquele que é o primeiro regulamento sobre Inteligência Artificial a nível mundial. É um regulamento altamente inovador, orientado por princípios éticos sólidos, mas que abre caminho a um crescimento sustentado deste recurso essencial”, lembra. “No plano do investimento, só a parceria EuroHPC, a que tive o gosto de estar associada, contempla cerca de 7000 milhões de euros no âmbito do atual programa-quadro Horizonte Europa. Mas produzir legislação e garantir investimento não é, por si só, garantia de sucesso. É preciso ter uma estratégia integrada, e é esse o passo que agora iremos dar”.
O acesso a esta rede europeia de supercomputadores será um elemento nuclear dessa estratégia, mas não o único, como explica a eurodeputada: “Há vários componentes envolvidos, tais como o desenvolvimento de talentos neste setor, em que somos deficitários ao nível dos recursos humanos, o acesso aos dados, que também, será potenciado por outras iniciativas europeias, como o Regulamento dos Dados, entre outros”, resume. “Provavelmente, teremos também de contemplar um reforço dos investimentos”, acrescenta. “São questões que irei agora procurar enquadrar, tendo em vista melhorar a proposta que nos chegou da Comissão Europeia, que me parece ser um bom ponto de partida”.