A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho foi nomeada relatora de um parecer da Comissão do Mercado Interno e Proteção dos Consumidores (IMCO), dirigido à Comissão da Industria, Investigação e Energia (ITRE), relativo à nova Estratégia Industrial Europeia.
A referida estratégia, apresentada pela Comissão Europeia em 2020, tem como grande objetivo ajudar a indústria europeia a liderar a dupla transição para a neutralidade climática e a liderança digital e impulsionar a competitividade da Europa e a sua autonomia estratégica.
O plano parte da identificação de catorze grandes ecossistemas industriais. A saber: construção, indústrias digitais, saúde, indústrias agroalimentares, energias renováveis, indústrias com utilização intensiva de energia, transportes e automóvel, eletrónica, têxteis, indústrias aeroespaciais e defesa, indústrias culturais e criativas, turismo, economia de proximidade e social e comércio de retalho.
No caso deste parecer da IMCO, a análise deverá centrar-se sobretudo nas implicações desta estratégia no funcionamento do Mercado Único Europeu, já tendo presentes as atualizações feitas tendo em conta as lições aprendidas durante a pandemia de COVID-19.
“O funcionamento correto do Mercado Único implica que seja dado um conjunto importante de passos”, refere a eurodeputada. “Entre estes, apontando soluções para resolver o a escassez crítica de produtos, como os semicondutores, que são centrais para a economia digital. Mas também afirmando a liderança europeia na definição de padrões de produtos e serviços, combatendo a burocracia e tirando melhor partido da contratação pública. Outra dimensão que pretendo focar é o papel das tecnologias emergentes no Mercado Único. Como tornaremos este mercado mais aberto à inovação. Um Mercado Único mais aberto a todas as tecnologias emergentes servirá a indústria e os consumidores europeus”, resume.
Maria da Graça Carvalho, que é membro das comissões IMCO e ITRE, sendo nesta última vice-coordenadora do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), tem acompanhado de muito perto a Estratégia Industrial Europeia, a qual define como “uma boa iniciativa com alguns pontos fracos, que importa rever”.
“Na leitura que temos feito deste plano, identificamos duas fragilidades importantes”, refere Maria da Graça Carvalho. “A primeira é a falta de alinhamento desta estratégia com outros instrumentos. A segunda é o facto de termos ecossistemas verticais, mas não termos ecossistemas horizontais fortes. Por exemplo, tudo o que se prenda com o ecossistema da inovação, com o desenvolvimento de tecnologias facilitadoras”.
O relatório de Maria da Graça Carvalho deverá ser votado na IMCO em maio, na ITRE em junho, e levado a plenário no mês de setembro.