O eurodeputado alemão Christian Ehler e a eurodeputada portuguesa Maria da Graça Carvalho, respetivamente coordenador e coordenadora adjunta do PPE na Comissão ITRE, enviaram uma carta à Comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, sublinhando a necessidade de aumentar o financiamento e o apoio às atividades relacionadas com o cancro nos programas de trabalho 2023-24 do Horizonte Europa.
Na carta em questão, os dois eurodeputados mencionam vários avisos recebidos diretamente da comunidade científica, nos quais os investigadores relevaram que estão a ter dificuldade em encontrar oportunidades para aumentar o impacto das suas atividades através do Horizonte Europa.
Estes alertas foram feitos no contexto de reuniões e de um conjunto de visitas feitas pelos deputados a centros de excelência na investigação científica em Portugal. Nomeadamente a Fundação Champalimaud, O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S) da Universidade do Porto, o IPO Porto, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
“Nestes primeiros anos de implementação do Horizonte Europa, os programas de trabalho plurianuais para a saúde (Cluster 1) continham muito poucos convites à apresentação de propostas dedicados a intensificar a investigação colaborativa sobre o cancro”, escrevem. “Existe a necessidade de mudar esta tendência e incluir um foco especial na investigação na área do cancro nos próximos programas de trabalho 2023-2024. A atividade de investigação cientifica gera sementes para avanços inovadores e tecnológicos em terapias. Não devemos perder a oportunidade de abordar adequadamente as necessidades decorrentes da comunidade de pesquisa”.
Muitas das queixas recebidas prendem-se com o facto de Missão Cancro do Horizonte Europa estar mais orientada para atividades de divulgação, promoção, networking, e menos para financiamento direto da investigação fundamental. Por isso, outro dos apelos recebidos é no sentido de que esta missão seja reorientada para a busca de avanços científicos concretos no combate a esta doença.
A importância das sinergias, o papel das parcerias do Horizonte Europa e a necessidade de reduzir os encargos administrativos para os beneficiários são outros aspetos abordados na carta.