A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho apresentou ao Parlamento Europeu o seu relatório sobre a Iniciativa Conjunta de Computação de Alto Desempenho (EuroHPC), avaliada em 8 mil milhões de euros. Esta parceria do programa-quadro Horizonte Europa visa dar a liderança à UE em processamento de dados, criando uma rede poderosa de supercomputadores capazes de desempenhar um papel decisivo na abordagem de desafios como as alterações climáticas, saúde e transição industrial.
Até agora, a iniciativa financiou a aquisição dos primeiros oito supercomputadores que estão a ser instalados em vários Estados-Membros, incluindo em Portugal. O próximo passo, disse esta quinta-feira a eurodeputada, na comissão parlamentar da Indústria, Investigação e Energia (ITRE), será garantir que todo o potencial desta rede será explorado. Com esse objetivo em mente, elaborou várias propostas, organizadas em seis linhas principais de ação: Acesso Melhorado, Abertura, Sinergias, Alinhamento com as prioridades da UE, Liderança Industrial e Conhecimento e Sensibilização.
“A primeira medida do sucesso desta iniciativa será o nível de envolvimento, acesso e sensibilização que consiga gerar entre as partes interessadas”, afirmou. “Isto significa garantir que todos os utilizadores terão acesso às infraestruturas e aos seus serviços, bem como aos repositórios de dados científicos e comerciais, com particular atenção para as PME e startups”. A criação de um Fórum de Utilizadores, “que integre representantes da Indústria e PME, com funções de aconselhamento ao Conselho Diretivo e aos Órgãos Consultivos”, é outra proposta.
“Além disso”, explicou, “a abertura, transparência e simplificação devem ser os pilares do novo EuroHPC. “Todos os procedimentos devem ser claros e simples, projetados para estimular a participação e reduzir a carga administrativa. A flexibilidade irá garantir um funcionamento eficiente da iniciativa”.
As sinergias e complementaridades, também pautadas pelos princípios da clareza e da simplicidade, deverão ser possíveis com todos os programas e fundos relevantes, nomeadamente regionais (FEDER, FSE +, FEAMP, FEADER), Mecanismo de Recuperação e Resiliência, InvestEU e iniciativas do Banco Europeu de Investimento, bem como todos os outros instrumentos do Horizonte Europa.
Alinhamento e consistência significam que os projetos devem contribuir para as transições digital e verde e que a própria rede “deve contar com os mais avançados equipamentos de baixo consumo e eficiência energética, de preferência de base renovável”.
“Para criar um Ecossistema Europeu forte e contribuir para a Liderança Industrial, serão também necessárias atividades de investigação e inovação, nomeadamente no que se refere ao desenvolvimento e fabrico de sistemas de hardware de baixo consumo, como microprocessadores e computação quântica”. “Investir em competências e conhecimentos”, acrescentou, “é outra grande prioridade, especialmente no que respeita à perspetiva de género, considerando as lacunas atuais, e à educação e consciencialização pública”.