Numa sessão plenária extraordinária, com a emotiva participação remota do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o Parlamento Europeu aprovou no dia 1 de março uma resolução condenando a bárbara invasão da Ucrânia pela Rússia (iniciada a 24 de fevereiro). A resposta da UE a esta agressão militar irá marcar a atualidade em Bruxelas por bastante tempo. O que não significa que permitamos que Vladimir Putin nos impeça de olharmos para outras frentes onde demos – e queremos continuar a dar – passos seguros.
A 8 de março assinala-se mais um Dia Internacional da Mulher e essa será mais uma ocasião para reforçar o trabalho que tenho realizado na área da igualdade de género, defendendo o papel das mulheres como agentes de mudança. Quer seja em debates nas Comissões a que pertenço, nas plenárias do Parlamento Europeu, em diretos nas redes sociais, artigos de Opinião, intervenções públicas em conferências ou eventos.
É urgente ter mais mulheres em cargos de decisão nos setores público e privado. Aplaudo, por isso, a decisão da presidência francesa do Conselho da UE em recuperar a diretiva Women on Boards (Mulheres nos Conselhos de Administração), da qual sou relatora pelo Grupo do Partido Popular Europeu (PPE).
É essencial conseguir atrair mais raparigas e mulheres para as áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Sobretudo na fase de transição digital acelerada em que vivemos atualmente.
No mês que passou, vi ser aprovado, no plenário de Estrasburgo, o relatório sobre combate às barreiras não pautais no mercado único, de que sou relatora-sombra pela Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (IMCO), tendo sido ainda nomeada relatora dessa mesma comissão para um importante relatório sobre a nova Estratégia Industrial Europeia.
Participei em conferências realizadas à margem da 6.ª Cimeira União Europeia – União Africana, que decorreu em Bruxelas, tendo aproveitado a oportunidade para enfatizar a necessidade de maior cooperação científica entre os dois blocos. É preciso ir para além da transferência de tecnologia. A capacitação é muito importante. É necessário ter equipas de investigadores europeus e africanos a trabalhar em conjunto nos ensaios clínicos. Acredito na cooperação internacional. Devemos unir esforços.
No que toca às mulheres, elas devem ter um papel de agentes de mudança na transição energética (como profissionais, decisoras e consumidoras) e, por isso, considero que é necessário existir um quadro de igualdade nas medidas que a UE adote no domínio da transição energética. Isso mesmo defendi na Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros (FEMM), durante o debate do parecer sobre Eficiência Energética de que sou relatora-sombra.
“Precisamos das capacidades de todos – e de todas - para atingir metas. Tanto na luta contra as alterações climáticas como nos outros desafios que enfrentamos. Incluindo a construção de sociedades mais justas”, frisei num debate em plenário, sobre a preparação da 66.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres da ONU, que terá lugar entre os dias 14 e 25 de março.
“A investigação e os estudos económicos mostram que as empresas que adotam a diversidade são mais bem-sucedidas”, sublinhei no decorrer do Live de Instagram organizado pelo Grupo do PPE e que visou, precisamente, discutir o tema da liderança no feminino. Isto numa altura em que, pela primeira vez na história, três das principais instituições da UE - Comissão, Parlamento e BCE – são lideradas por mulheres. Aproveitemos o momento para fazer o que falta ainda fazer.