Abril será um mês especialmente trabalhoso, pois há que preparar os relatórios que abrangem 10 das 11 parcerias do novo programa quadro de Investigação Científica e Inovação da União Europeia: o Horizonte Europa. No mês que agora termina, apresentei já, na comissão parlamentar da Indústria, Investigação e Energia, o relatório relativo à Iniciativa Conjunta de Computação de Alto Desempenho, uma parceria avaliada em 8 mil milhões de euros, que visa dar a liderança à UE no processamento de dados, criando uma rede poderosa de supercomputadores capazes de desempenhar um papel decisivo na abordagem de desafios como as alterações climáticas, saúde e transição industrial. Seguem-se agora os relatórios relativos à Metrologia, Redes e Serviços Inteligentes, Investigação sobre a Gestão do Tráfego Aéreo no Céu Único Europeu, Setor Ferroviário Europeu, Aviação Limpa, Hidrogénio Limpo, Europa Circular de Base Biológica, Tecnologias Digitais Essenciais, Iniciativa Saúde Inovadora e Global Health.
No Parlamento Europeu, neste mês que passou, falou-se muito de igualdade de género e dos direitos das mulheres. Assinalou-se o Dia Internacional da Mulher com debates, entrevistas, artigos na imprensa. Em tudo um pouco participei. Na Comissão das Mulheres e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu, da qual me tornei agora membro permanente, vi aprovado o meu parecer “Construir o futuro digital da Europa - eliminar obstáculos ao funcionamento do mercado único digital e melhorar a utilização da Inteligência Artificial para os consumidores europeus”. Neste parecer, dirigido à Comissão dos Mercado Interno e Proteção dos Consumidores, apresentei um conjunto de recomendações e frisei que a igualdade de género é um princípio fundamental da UE e deve refletir-se em todas as suas políticas, lembrando que a participação das mulheres na economia digital é crucial para moldar uma sociedade digital próspera e para impulsionar o mercado interno digital da UE.
Num evento do European Internet Forum, em que participou a vice-presidente da Comissão Europeia Margrethe Vestager, apelei a uma estratégia europeia para o digital que incentive e facilite a participação das pequenas e médias empresas (PME), pedindo ainda uma particular atenção às especificidades dos setores cultural e criativo. Em defesa destes mesmos setores, subscrevi, juntamente com outros eurodeputados, uma carta aberta dirigida aos chefes do Estado e do governo dos Estados membros da UE, ministros das Finanças e ministros da Cultura. O grupo de membros do Parlamento Europeu pediu igualmente à Comissão Europeia que incentive a atribuição de 2% dos Planos de Recuperação previstos no Mecanismo de Recuperação e Resiliência aos setores das Indústrias Culturais e Criativas. Estes são dos setores mais afetados pelo impacto da pandemia da Covid-19, contra a qual se trava uma luta em contrarrelógio, numa altura em que a União Europeia precisa de contemplar todas as possibilidades para resolver os atrasos na campanha de vacinação da sua população.