Maria da Graça Carvalho, que integrou a delegação do Parlamento Europeu em Durban, regozijou-se hoje em Estrasburgo com os resultados obtidos na Conferência do Clima. Após uma maratona negocial "impressionante", considera que a Plataforma de Durban, é um acordo "histórico, inesperado e de enorme alcance para o futuro do planeta".
Os 195 países membros da Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre Alterações Climáticas aceitaram o roteiro proposto pela EU, "Plataforma de Durban", conducente a um acordo global vinculativo sobre o combate às alterações climáticas, que substituirá o Protocolo de Quioto, e que será negociado até 2015 para entrar em vigor em 2020. Foi ainda decidido um segundo período de cumprimento no âmbito do Protocolo de Quioto, que começará a 1 de Janeiro de 2013 e terá uma duração de 5 a 8 anos.
Para Maria da Graça Carvalho, estas decisões "são de grande importância pois envolvem todos os Países num esforço de redução dos gases com efeito de estufa que afectam o clima da Terra".
Maria da Graça Carvalho, integra a Comissão de Indústria, Inovação e Energia do Parlamento Europeu e foi a única eurodeputada portuguesa presente na COP17. Neste âmbito, considera que as decisões tomadas são "pragmáticas e adequadas aos tempos de hoje", pois em Durban começou "uma nova era - a era de um novo multilateralismo, na qual os compromissos de todos os países terão o mesmo valor legal". A deputada diz também que o acordo resultante da Plataforma de Durban terá que reflectir um mundo "mais complexo, com muitos países industrializados a atravessarem crises económicas e financeiras graves e com países em desenvolvimento com um forte crescimento económico".
Maria da Graça Carvalho acredita também que o novo acordo constituirá "um grande desafio e que deverá conciliar a preservação do planeta, o crescimento económico, a erradicação da pobreza e a sustentabilidade do bem-estar das actuais e das futuras gerações".
A deputada também sublinhou o factor crucial desempenhado pela UE na criação das alianças entre Europa-PMD (Países Menos Desenvolvidos) e os AOSIS (Aliança dos Pequenos Estados Insulares). Neste contexto, "Portugal teve um papel preponderante. A ponte entre Portugal e os países de Língua Portuguesa, o empenho nacional na construção de uma rede em matéria do Clima no seio da CPLP e o esforço já realizado por alguns Países de Língua Portuguesa, como é o caso de Angola e de Moçambique, constituíram um contributo notável para reforçar a posição europeia."
A concluir a deputada ressalta que o sucesso da estratégia europeia para a COP 17, é resultado do desenvolvimento de políticas de combate às alterações climáticas e de utilização sustentada das fontes da energia, nos últimos anos. "Estas políticas, permitem que a União Europeia exerça uma liderança através do exemplo no domínio do clima e da energia".
A 17ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas realizou-se em Durban, de 28 Novembro a 9 Dezembro. A COP 17 (17ª Conferência das Partes) foi talvez a mais longa de todas as COPs.