No sexto episódio do novo formato do A Hora da Europa, que conta agora com a participação do também eurodeputado Carlos Zorrinho, Maria da Graça Carvalho alertou para a falta de mulheres nas áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e defendeu a necessidade de se apostar na promoção de mais representação feminina nesta área. Como exemplo de uma medida neste sentido, a eurodeputada do PSD falou sobre a Women On Boards, de que foi relatora, e que estabelece metas vinculativas de pelo menos 40% de mulheres nos conselhos de administração não-executivos das sociedades cotadas em bolsa, de forma a ultrapassar condicionantes subjetivas quanto à entrada de mulheres nestas posições.
“Eu tenho-me dedicado muito às questões das mulheres na economia, na ciência, na inovação, nas empresas, a par de outros temas, como a luta contra a discriminação, a violência doméstica, o assédio sexual”, afirmou Maria da Graça Carvalho. “Um avanço importante foi a diretiva das mulheres nos conselhos de administração das grandes empresas. Nós sabemos que, na Europa e particularmente em Portugal, as mulheres já são maioritárias nas universidades. Mas depois, quando se começa a subir na carreira, a percentagem de mulheres começa a diminuir. Esta medida, transitória, é uma espécie de cota que irá ajudar a fazer uma progressão”.
A eurodeputada alertou ainda que também nas próprias universidades e em várias empresas na área digital existe sub-representação feminina. Neste momento, menos 20% de mulheres escolhem a área de informática. Maria da Graça Carvalho tem trabalho pela maior representação feminina nesta área, crucial para o futuro, devido à cada vez maior necessidade de engenheiros informáticos.
“Temos muito poucas mulheres a trabalhar no digital, como engenheiras informáticas ou técnicas informáticas, e é uma área de grande futuro”, afirmou. “Fiz um relatório com medidas que promovam que mais jovens escolham esta área. Porque só menos de 20% das mulheres escolhem a área de informática, o que é muito pouco. Para já, porque precisamos de muitos informáticos e estamos a desprezar parte da população. E por outro lado, é também bom para que não se aumente o fosso salarial, porque os salários são geralmente bem pagos”.
Por fim, Maria da Grande Carvalho aproveitou ainda para falar do Estado da União da Energia. A eurodeputada do PSD alertou que, nas negociações do Desenho do Mercado Elétrico, escapou aos decisores políticos a questão do gás natural liquefeito (LNG), que continua a ser importado da Rússia em grandes quantidades. Para fazer face a este problema, Maria da Graça Carvalho incluiu no REMIT, o relatório da luta contra a manipulação dos mercados da energia, uma proposta para monitorização da compra do LNG, de forma a se ter um maior controlo.
A Hora da Europa tem agora um novo formato. Em cada episódio, Carlos Zorrinho e Maria da Graça Carvalho abordarão dois temas da atualidade europeia com impactos nacionais e globais. No sexto episódio deste novo formato foram debatidas a igualdade de género e o Estado da União da Energia.