Direitos das mulheres, igualdade de género
Quando cheguei ao Instituto Superior Técnico, fui uma de duas mulheres a ingressar no curso de Engenharia Mecânica, entre cerca de uma centena de homens. Várias décadas depois - em Portugal e na maioria dos países europeus -, as mulheres afirmaram-se definitivamente no ensino superior, chegando mesmo a ser maioritárias entre os novos diplomados em diversas áreas, da Magistratura à Medicina. Contudo, o seu ingresso em determinados setores, nomeadamente nas novas tecnologias, continua muito aquém do desejável. E o acesso a cargos de topo, tanto no setor público como no privado, está longe de refletir as qualificações que atualmente têm. Sempre considerei que a igualdade dos géneros não se alcança apenas concretizando o princípio do “salário igual por trabalho igual”, ainda que este seja imprescindível. É também essencial que as mulheres estejam presentes nos lugares de maior influência e onde as remunerações são mais elevadas. Na Comissão FEMM - Direitos das Mulheres e Igualdade de Género - tenho em mãos dois relatórios relacionados com estas questões. O primeiro é referente à diretiva “Women on Boards”, da Comissão Europeia, cuja aplicação há muito vem sendo adiada, que visa incentivar a presença de mais mulheres nos conselhos de administração das sociedades cotadas em bolsa. O segundo prende-se com a proposta de medidas destinadas a promover um maior envolvimento do sexo feminino na chamada economia digital.