A ESMIG organizou um jantar de discussões no Salão dos Membros do Parlamento Europeu, explorando como tornar a transição energética da Europa uma realidade com a ajuda de tecnologias inteligentes.
Maria da Graça Carvalho coorganizou o evento juntamente com outros Membros do Parlamento Europeu: o eurodeputado Ville Niinistö (Verdes / FI) e a eurodeputada Claudia Gamon (Renew / AT). O evento reuniu um grupo transnacional e interpartidário de eurodeputados, especialistas em políticas e membros da ESMIG envolvidos na transição energética para um sistema energético digitalizado, descentralizado e focado no consumidor, integrando fontes renováveis.
Maria da Graça Carvalho começou salientando o facto de a discussão ter lugar no dia em que a Comissão Europeia divulgou, entre outros, o Livro Branco sobre Inteligência Artificial e a Estratégia de Dados da UE. A eurodeputada realçou que essas novas posições da UE não são apenas de alta importância para os próximos cinco anos, mas também cruciais para os próximos 25 anos, pois vão transformar a maneira como a indústria da UE e a economia europeia - e a sociedade como um todo - funcionam. Ela continuou destacando o papel que o setor da energia desempenhou como precursor na obtenção de dados para benefício público e acrescentou que a Estratégia de Dados da UE, lançada recentemente, está a adotar uma abordagem semelhante a outras áreas de política.
Para Maria da Graça Carvalho, a análise de dados é uma ferramenta fundamental para superar os desafios que a economia e a sociedade europeias enfrentam, e expressou a esperança de que o novo quadro financeiro plurianual da União Europeia esteja alinhado às prioridades da nova Comissão Europeia em relação à transição digital e energética. Graça Carvalho afirmou que a discussão sobre o orçamento é uma oportunidade para a implementação de ações políticas para setores tecnologicamente desenvolvidos. Sobre o pacote de energia limpa, ela considera que “os Estados-Membros estão agora nas melhores condições para promover a mudança de uma abordagem centrada no consumidor para uma abordagem centrada no ‘prossumidor’, ou seja, o cenário em que os cidadãos são consumidores e produtores de energia”.
Finalmente, Maria da Graça Carvalho explicou também que a promoção de comunidades energéticas e quaisquer outras formas descentralizadas de produção de energia resultam no empoderamento dos cidadãos europeus. E afirmou que a transformação digital se deve alinhar com a mudança de consumidor para "prossumidor", pois os dois fenómenos estão estritamente relacionados ao Green Deal da UE como um meio de combater as mudanças climáticas. Ela também indicou que o uso de medidores inteligentes e sua aceitação pelos cidadãos europeus é central para essa abordagem, pois a análise de dados é a base para decisões baseadas na ciência. Graça Carvalho concluiu apelando de novo a que o orçamento da UE atenda às necessidades da transformação digital e energética, como é também destacado nos documentos da Comissão recentemente divulgados.