O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira, com 536 votos a favor, quatro abstenções e apenas cinco votos contra, a nova parceria na área da Metrologia, no âmbito do programa-quadro Horizonte Europa, da qual foi relatora a eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho. Incidindo sobre um conjunto alargado de instrumentos de medida, esta parceria pública-pública tem uma grande importância para toda a atividade científica, engenharia e indústria na Europa.
“A metrologia é uma disciplina ao serviço de todas as áreas do conhecimento”, referiu Maria da Graça Carvalho durante o debate parlamentar de quarta-feira à noite, que antecedeu a votação. “Faz a ciência funcionar. Faz a tecnologia funcionar. Ajuda as sociedades a evoluírem. Permite-nos saber onde estamos, quer estejamos a enfrentar uma pandemia ou a implementar mudanças disruptivas, como as transições verde e digital”.
A eurodeputada deu vários exemplos concretos do impacto da Metrologia na vida de todos nós, desde a saúde a luta contra as alterações climáticas à atividade industrial. “Na luta contra a COVID-19, contribuiu para o desenvolvimento de ventiladores eficientes, e até para a precisão dos testes rápidos utilizados diariamente por milhões de pessoas”, ilustrou. Na indústria, é a tecnologia na base da garantia de qualidade do processo de fabricação. A produção em série de equipamentos sofisticados seria impensável sem esta ciência. É igualmente vital para estudar os fenómenos climáticos”, acrescentou.
“Não estaríamos onde estamos tecnologicamente sem a metrologia. Nem chegaríamos onde queremos chegar”, resumiu.
No relatório de Maria da Graça Carvalho, negociado com sucesso em novembro com o Conselho e a Comissão Europeia (trílogo), a eurodeputada conseguiu fazer valer todos os pontos defendidos pelo Parlamento. Nomeadamente, assegurar que a parceria terá uma maior interação “tanto a montante, com as universidades e os centros de investigação, como a jusante com as pequenas e médias empresas e a indústria”; que será valorizada “a excelência cientifica e a liberdade académica” e que será promovida uma “maior abertura e transparência nas atividades de gestão”.
Outras emendas à proposta inicial da Comissão Europeia, que a relatora conseguiu introduzir com sucesso, incluem “um maior diálogo com a sociedade”, a maior “visibilidade pública dos resultados alcançados” e “o reforço da possibilidade de estabelecer sinergias, tanto entre parcerias como com os restantes instrumentos financeiros, a nível europeu e de cada Estado-Membro”.
Após a votação final, Maria da Graça Carvalho mostrou-se satisfeita com os resultados, fazendo votos para que a parceria seja “rapidamente passada à prática”, dada a sua “grande importância para diferentes setores”.