Pergunta com pedido de resposta oral à Comissão
Artigo 115.º do Regimento
Paolo De Castro, Véronique De Keyser, Jo Leinen, Adrian Severin, em nome do Grupo S&D
Liisa Jaakonsaari, Ivo Vajgl, Michael Cashman, Antigoni Papadopoulou, Vincent Peillon, Maria Eleni Koppa, Patrizia Toia, Jean Lambert, Tokia Saïfi, Maria Da Graça Carvalho, Tanja Fajon, Edite Estrela, Marietje Schaake, Jutta Steinruck, Mariya Nedelcheva, Kriton Arsenis, Santiago Fisas Ayxela, María Muñiz De Urquiza, Hélène Flautre, Rui Tavares, Vincenzo Iovine, Sonia Alfano, Zoran Thaler, Michel Dantin, Vittorio Prodi, Anne Delvaux, Alexandra Thein, Kyriacos Triantaphyllides, Charles Goerens, Nikolaos Chountis, Kader Arif, Rodi Kratsa-Tsagaropoulou, Margrete Auken, Ioannis A. Tsoukalas, Roberto Gualtieri, Reinhard Bütikofer, Emilio Menéndez del Valle, Nicole Kiil-Nielsen, Raimon Obiols, Proinsias De Rossa, Antonyia Parvanova, Erminia Mazzoni, Guido Milana, Olga Sehnalová, Stephen Hughes, Kartika Tamara Liotard, Sajjad Karim, Isabelle Durant, José Manuel Fernandes, Patrick Le Hyaric, Izaskun Bilbao Barandica, Gabriele Albertini, Malika Benarab-Attou, Rosario Crocetta, Thijs Berman, Pavel Poc, Daciana Octavia Sârbu, Richard Howitt, Ana Gomes, Ioan Enciu, Hans-Gert Pöttering, Marek Siwiec, Corina Creţu
A situação do rio Jordão, com particular ênfase para a zona do respectivo curso inferior
O rio Jordão é um dos mais notáveis cursos de água do nosso planeta. É uma paisagem cultural de significado universal, com uma grande importância histórica, simbólica, religiosa, ambiental, agrícola, económica, etc., para Árabes e Israelitas, para Cristãos, Judeus e Muçulmanos, entre outros.
Não obstante, o rio Jordão tem sido devastado por fenómenos de sobre-exploração, poluição e falta de gestão regional. Cerca de 98 % dos seus recursos de água doce foram desviados por Israel, pela Jordânia e pela Síria, o que ocasionou uma perda de 50 % de biodiversidade.
Tudo o que actualmente flui ao sabor da corrente no curso inferior do rio Jordão são efluentes agrícolas, águas salinizadas e esgotos não tratados. Embora a construção de novas estações de tratamento de águas residuais destinadas a eliminar os poluentes mais pesados seja uma grande conquista, a situação não poderá senão piorar, se esse avanço não for conjugado com a repartição dos recursos de água doce. Assim, caso não haja uma acção pronta, longos troços do curso inferior do rio Jordão irão secar até ao final de 2011.
A reabilitação do rio Jordão e, designadamente, da zona do respectivo curso inferior reveste-se de uma importância extrema para as comunidades locais de Israel, da Jordânia e da Palestina que compartilham os mesmos desafios no que diz respeito aos recursos hídricos, proporcionando enormes benefícios na esfera económica e no plano do reforço da confiança mútua. Uma cooperação activa entre os governos e as comunidades locais envolvidas pode tornar-se um contributo importante para os esforços de paz à escala regional.
Múltiplos actores internacionais, incluindo a Assembleia Parlamentar Euro-Mediterrânica, já se debruçaram sobre a situação do rio Jordão. O apoio da UE pode também vir a ser decisivo. Tendo em conta que a UE financia projectos de desenvolvimento de grande dimensão no Médio Oriente e está empenhada no processo de paz na região, terá a Comissão procedido a uma identificação correcta do processo de reabilitação do rio Jordão, e, em especial, da zona do respectivo curso inferior, enquanto prioridade para a paz e para o desenvolvimento de toda esta área? Em que moldes poderão a UE e os seus Estados-Membros continuar a incentivar e a apoiar o desenvolvimento e a execução de um plano de gestão abrangente, inclusive no quadro da Parceria Euro-Mediterrânica, que seja susceptível de reparar as devastações causadas no rio Jordão e que, a par disso, permita o fortalecimento da vertente da criação de confiança subjacente a esse esforço?