Maria da Graça Carvalho questionou hoje, dia 28 de novembro, a Comissária Europeia para a Energia, Kadri Simson, sobre qual poderá ser o impacto, em termos de financiamento europeu, das atuais investigações a projetos de hidrogénio em Portugal. A eurodeputada do PSD procurou apurar esta matéria após ser tornado público que os projetos do hidrogénio em Sines constam da nova lista dos Projetos de Interesse Comum (PCI) da União Europeia na área da energia.
“Decorrem investigações a diversos projetos em curso em Portugal. Caso os projetos do hidrogénio contemplados na lista dos PCI sejam envolvidos nesta investigação, quais serão as consequências para o financiamento dos mesmos?”, perguntou Maria da Graça Carvalho.
Notícias publicadas nesta terça-feira, dia 28 em Portugal citaram uma fonte da Comissão Europeia indicando que estes projetos não coincidem com os que têm sido associados às investigações que decorrem em Portugal. No entanto, a mesma fonte referiu que o conhecimento que a União tem do processo é o que tem sido veiculado pela comunicação social. Por esse motivo, Maria da Graça Carvalho fez este pedido de esclarecimento oficial que ficou, para já, sem resposta da Comissária.
A eurodeputada do PSD quis ainda saber como será realizado o financiamento às redes elétricas incluídas no novo Plano de Ação de Redes, já adotado pela Comissão Europeia. Este plano, que identifica os projetos a apostar para o futuro da UE, conta com o projeto das interconexões elétricos dos Pirenéus, essencial para ligar a Península Ibérica, agora isolada em termos energéticos, ao resto da Europa. Maria da Graça Carvalho pediu que sejam feitos esforços para que este projeto finalmente avance.
“As interconexões elétricas dos Pirenéus estão há muito tempo na lista dos PCI. No entanto, nada de substancial foi feito para concretizá-las”, afirmou a eurodeputada. “O Plano de Ação é um bom sinal, mas não vejo nele qualquer elemento concreto que possa alterar o atual status quo. Não leio também neste plano nenhuma proposta, para além de uma série de boas intenções, relativamente a novos instrumentos financeiros para financiamento. Poderemos esperar ter um instrumento específico para o financiamento das redes?”, perguntou.
Maria da Graça Carvalho tem avogado arduamente nas Comissões e em Plenário a favor da construção das interconexões em falta para ligar a Península Ibérica ao resto da União Europeia. O seu trabalho nesta área estende-se à participação em vários relatórios cruciais. Enquanto membro do Parlamento Europeu, é negociadora pelo PPE do Desenho do Mercado Elétrico Europeu. É ainda relatora-principal do REMIT, o regulamento relativo à integridade e à transparência nos mercados grossistas de energia.