Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e vice-coordenadora do Grupo do Partido Popular Europeu na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), instou esta quinta-feira a Comissão Europeia a especificar que medidas concretas estão a ser preparadas para fazer face à grave crise energética que se vive na União Europeia e que é agravada, em larga escala, pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
"Em tempos de crise é necessário haver medidas de emergência e reformas estruturais e, por isso, é preciso que a Comissão Europeia especifique, com um calendário concreto e envolvendo o Parlamento Europeu, o que está a preparar", disse a eurodeputada social-democrata num debate com Mechthild Wörsdörfer, vice-diretora-geral da Direção de Energia da Comissão Europeia, na Comissão ITRE. Esta troca de impressões visou discutir a forma como os países europeus devem preparar-se para garantir um inverno em segurança e a preços acessíveis para os consumidores em termos de abastecimento e consumo de energia.
A 20 de julho, a Comissão Europeia propôs uma nova ferramenta legislativa e um plano europeu de redução da procura de gás para reduzir - voluntariamente - o uso de gás na Europa em 15% até a primavera de 2023. O regulamento foi aprovado pelo Conselho de Ministros da UE em agosto. Em junho, o Parlamento e o Conselho adotaram legislação para reabastecer rapidamente as reservas de gás antes do inverno, a fim de proteger os cidadãos e as empresas de mais perturbações e proteger as reservas de gás de interferências externas, como sejam um eventual corte de gás por parte da Rússia. A presidência checa do Conselho da UE convocou, para dia 9 de setembro, uma reunião extraordinária dos ministros da Energia dos 27.
"Estamos nos 15%, numa base voluntária, mas se for necessário avançamos para um racionamento obrigatório", garantiu Mechthild Wörsdörfer, remetendo mais detalhes para o discurso do estado da União da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, previsto para o dia 14 de setembro. Quanto aos preços da energia, a responsável europeia garantiu que a Comissão está a trabalhar em medidas de emergência, ao mesmo tempo em que os Estados membros também tomam as suas próprias medidas. Esta já não é só uma questão que afeta os consumidores com mais necessidades, mas sim também a classe média e a indústria, sublinhou. Quanto à imposição de um possível tecto máximo para o preço do gás, vice-diretora-geral da Direção de Energia da Comissão Europeia remeteu igualmente para o discurso de von der Leyen a 14 de setembro.