A comissão dos Direitos das Mulheres e Igualdade dos Géneros (FEMM) aprovou ontem, com 29 votos favoráveis, quatro contra e uma abstenção, um parecer do qual foi relatora-sombra a eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho, dirigido à Comissão da Indústria, Investigação e Energia (ITRE), no qual é defendida uma especial atenção às questões de género na proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho sobre Eficiência Energética.
Neste parecer é sustentado que “as mulheres em toda a sua diversidade, particularmente mães solteiras, as que vivenciam alguma forma de discriminação e aquelas acima da idade de reforma, têm maior probabilidade do que os homens de viver em pobreza energética em algum momento das suas vidas, sofrendo limitações no acesso a serviços de energia renováveis e vendo dificultada a sua participação na transição energética”. Por isso, é defendido que “os Estados-Membros devem assegurar que sejam projetadas medidas específicas e direcionados fundos disponíveis para apoiar as mulheres em toda a sua diversidade, combater a feminização da pobreza energética e incluir todos na transição verde”.
“Neste momento, ao nível da União Europeia, enfrentamos dois grandes desafios societais: as transições digital e verde. E em ambas as mulheres partem numa posição de desvantagem, porque estão sub-representadas ao nível dos especialistas e dos decisores envolvidos nestes setores”, explica Maria da Graça Carvalho. “Além disso, e em especial na questão das alterações climáticas, como refere o parecer, as mulheres estão também particularmente sujeitas às consequências deste problema, devendo por isso ser consideradas e participar ativamente na definição das soluções”.
No caso concreto das políticas de eficiência energética, acrescenta ainda, “é fundamental, para que estas tenham sucesso, que seja considerada a perspetiva de género, dadas as responsabilidades que as mulheres assumem no seu dia a dia em termos de tomadas de decisões que se refletem nos consumos e na eficiência energética das suas habitações e locais de trabalho”.