Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE e membro da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros (FEMM), participou esta quarta-feira, 24 de março, num debate sobre as questões da igualdade de género com a eurodeputada irlandesa e recém-eleita vice-presidente do PPE Frances Fitzgerald. O debate, realizado online, foi transmitido em tempo real nas redes sociais do Parlamento Europeu.
"A representação das mulheres nas áreas das STEM ((Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) aumentou ao longo dos anos, mas ainda existe uma lacuna significativa. Na Europa, apenas cerca de um terço dos trabalhadores das STEM são mulheres. Alguns países, como o meu, têm números melhores. Essa percentagem tem aumentado, principalmente nos países emergentes. Na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a situação ainda é pior. As percentagens da UE rondam os 18% nos profissionais e 17% nos estudantes. Isso é uma má notícia, porque significa que, nas TIC, as coisas estão a piorar", começou por descrever a eurodeputada, na sua intervenção.
Ex-ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho sublinhou a importância de haver modelos, para que as raparigas se interessem pelas áreas das STEM e TIC. "Devemos começar por pensar sobre a maneira como vemos os outros nas nossas mentes. Temos preconceitos? Achamos que certas atividades são mais adequadas para homens do que para mulheres? Por que pensamos assim? Então, há coisas específicas que podemos fazer. Como engenheira, trabalhando muito num mundo dominado por homens, sempre tentei ser um modelo para outras mulheres que seguem o mesmo caminho", declarou a eurodeputada, referindo aspetos do seu relatório, "Colmatar o fosso digital entre homens e mulheres – participação das mulheres na economia digital”, aprovado em janeiro, pelo Parlamento Europeu.
"Estou convicta de que, por um lado, a eliminação das disparidades de género aumentará a prosperidade a todos os níveis: a perda de produtividade anual para a economia europeia devido ao abandono dos empregos digitais pelas mulheres é estimada em 16,1 mil milhões de euros. Por outro lado, irá garantir justiça social e equidade: no futuro, espera-se que mais de 90% dos empregos requeiram algum grau de e-skills e literacia digital. As mulheres não podem ficar para trás", defendeu Maria da Graça Carvalho, no debate ao vivo com Frances Fitzgerald, igualmente membro da FEMM e autora do relatório "A perspetiva de género na crise COVID-19 e no período pós-crise".