Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE, presidiu esta sexta-feira, dia 25 de junho, ao evento “Technology and Innovation: shaping Europe’s competitiveness”, organizado pelo Intergrupo sobre Investimentos Sustentáveis de Longo Prazo e Indústria Europeia Competitiva, do qual é co-presidente, juntamente com Dominique Riquet (Renovar a Europa) e Simona Bonafè (S&D). O evento contou com o apoio do Organisme de Liaison des Industries Métalliques Européennes (Orgalim), uma federação europeia que representa as indústrias de Tecnologia na Europa, num total de 770 mil empresas, na maioria das quais pequenas e microempresas. Nele participaram ainda Mariya Gabriel, comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação, Juventude e Desporto, Rada Rodriguez, presidente do Orgalim, Peter Dröll, da Direção-Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, Ulla Engelmann, da Direção-Geral do Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME da Comissão Europeia, Thomas Bietter, vice-presidente de Tecnologia da Volvo CE e Oliver Blank, diretor para a Europa e para assuntos relacionados com a China da Associação Alemã de Fabricantes Elétricos e Eletrónicos (ZVEI).
"Através deste fórum, pretendemos promover uma visão geral sobre as várias dimensões em torno das necessidades de investimentos sustentáveis a longo prazo e de uma política industrial europeia abrangente", afirmou Maria da Graça Carvalho. Nas diversas intervenções que fez ao longo do evento, a eurodeputada frisou a ideia de que a inovação assume um papel central nos planos de transformação da economia europeia, tanto para a recuperação e relançamento no rescaldo da pandemia da Covid-19 como para a dupla transição (verde e digital) que a União Europeia se comprometeu a concretizar. "Iniciámos uma revisão legislativa dos principais atos que irão caracterizar a forma como transformamos as nossas economias e o que me preocupa pessoalmente é a necessidade crucial de coerência, complementaridade e sinergia entre os níveis europeu, nacional e regional, especialmente no que se refere a os objetivos do nossos investimentos", referiu Maria da Graça Carvalho, que é relatora do Parlamento Europeu para a nova geração de parcerias do Horizonte Europa. Nesse sentido, a também vice-coordenadora do PPE na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE) sublinhou, uma vez mais, que o seu grupo político gostaria de ver mais sinergias entre as parcerias daquele programa-quadro de Investigação e Inovação e a Estratégia Industrial revista que foi recentemente apresentada pela Comissão Europeia.
O mercado interno, assinalou, deve ser reforçado, especialmente para aumentar a resiliência das principais cadeias de valor. Em geral, referiu, deve haver um esforço para reduzir a legislação fragmentada entre os Estados membros e eliminar as barreiras que ainda existem. "No que toca às tecnologias emergentes, temos que ter cuidado para não exagerar na regulamentação. É preciso sermos flexíveis na forma como regulamos. É preciso ter menos burocracia", afirmou a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, que insistiu também na ideia de que a União Europeia precisa de recuperar a sua capacidade de produção, nomeadamente no que toca à capacidade de produção das novas tecnologias na Europa ao mais ao alto nível. "É preciso apostar nas competências. Precisamos de engenheiros, investigadores, nestas novas áreas… É preciso atrair mais mulheres", disse Maria da Graça Carvalho, que é também membro suplente da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros (FEMM).
No final deste evento do Intergrupo da Indústria, criado no início de 2020, a eurodeputada do PPE deixou algumas recomendações, que considera serem muito importantes. "No futuro, é preciso uma abordagem holística e sistémica. É preciso uma abordagem horizontal na Estratégia Industrial. É importante haver uma standardização também no digital, a nível do software, como foi feito para o hardware. Os políticos têm que olhar para as dificuldades que as empresas sentem na Europa para conseguirem produzir e produzir em larga escala. Os nossos programas devem ser seguros e competitivos. É importante não haver fragmentação, é preciso um sistema europeu, é importante uma abordagem europeia que atravesse todos os Planos de Resiliência e Recuperação dos 27 Estados membros. E ainda, a taxonomia, que não deve ser uma barreira para as novas tecnologias". concluiu, agradecendo a presença de todos os intervenientes e de todos os que assistiram ao evento “Technology and Innovation: shaping Europe’s competitiveness”.