Maria da Graça Carvalho voltou hoje a sublinhar, na sessão plenária de Estrasburgo, o papel decisivo que a cooperação tem na investigação científica e na inovação, tanto dentro como fora da UE. E lançou um apelo para que os projetos envolvidos no programa-quadro Horizonte Europa, de cujas parcerias estratégias a eurodeputada é relatora pelo Parlamento Europeu, acolham investigadores ucranianos que queiram trabalhar na União Europeia.
"A cooperação é um dos fatores mais decisivos na investigação científica e na inovação. Cooperação entre cientistas, entre instituições, entre os setores público e privado, e entre países e regiões", afirmou Maria da Graça Carvalho, que é vice-coordenadora do Grupo do Partido Popular Europeu na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE).
No debate de uma pergunta oral sobre cooperação internacional na área da investigação e inovação, em que participou a comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, a eurodeputada do PSD destacou um dos bons exemplos do trabalho de colaboração científico à escala global: o desenvolvimento, no ano passado, da primeira vacina contra a malária - um processo no qual a União Europeia esteve envolvida, através de uma das parcerias (agora renomeada Saúde Global) do programa-quadro de Ciência e Inovação, do qual é relatora.
Contudo, frisou a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior na sua intervenção, "a cooperação científica não pode ser incondicional nem unilateral. É essencial que os nossos parceiros partilhem connosco princípios e objetivos. É essencial que a liberdade académica seja um facto em todos os países e regiões que colaboram connosco. Só assim estaremos a defender a comunidade científica. Não apenas a nossa, mas a de todo o mundo. Aproveito para deixar um apelo, aos projetos envolvidos no Horizonte Europa, para que considerem acolher investigadores ucranianos que queiram trabalhar na União Europeia".
A Comissão Europeia adotou a sua comunicação sobre a abordagem global da investigação e inovação a 18 de maio de 2021. A estratégia proposta visa promover regras baseadas no multilateralismo, na abertura recíproca e nos valores fundamentais com países terceiros, a fim de apresentar soluções inovadoras para os desafios ecológicos, digitais, de saúde e de inovação. É essencial, consideram os eurodeputados, que estas parcerias se baseiem em condições de concorrência equitativas e no respeito pela liberdade académica, estando simultaneamente em consonância com os direitos humanos e o direito internacional.
LEIA AQUI A PERGUNTA COM PEDIDO DE RESPOSTA ORAL O-000013/2022 À COMISSÃO