Maria da Graça Carvalho, eurodeputada, vice-presidente da Comissão das Pescas e Copresidente do Grupo de Trabalho de Governança do Oceano do Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Alterações Climáticas, Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, foi esta quinta-feira, dia 11 de novembro, a anfitriã da conferência "Achieving sustainability in fisheries through research and innovation".
A conferência teve como objetivo principal destacar as formas como a investigação e a inovação desempenham um papel fundamental no que diz respeito à obtenção de uma pesca sustentável, uma vez que a União Europeia deve dar o exemplo no que diz respeito à condução dessas práticas, tanto nas suas águas territoriais como a nível mundial.
Na sua intervenção, a eurodeputada enfatizou a importância do conhecimento científico, o papel essencial dos dados e a sua utilização para uma pesca mais sustentável e ainda a necessidade de fornecer os meios necessários para operar a mudança. "Na Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, da qual sou vice-presidente, uma das minhas prioridades é contribuir para o desenvolvimento de tecnologias e atividades relacionadas com a economia do mar e que nos permitam substituir algumas das atuais já não sustentáveis", declarou Maria da Graça Carvalho, insistindo na necessidade "de reforçar a coordenação cruzada das atividades de investigação e inovação, por forma a criar melhores condições para melhorar a colaboração entre os diferentes atores a todos os níveis: europeu, nacional e local".
No que toca à utilização dos dados, a anfitriã desta conferência constatou que existe "uma falta substancial de coordenação e partilha de bases de dados", a qual "impede a compilação, integração de dados e resultados, levando a um sistema que não é suficientemente transparente". As novas tecnologias e as técnicas de monitorização têm o potencial de alterar o estado da arte o no que toca à gestão das pescas e podem ajudar a alcançar um crescimento verde no setor, frisou.
O potencial das tecnologias inovadoras deve ser, por isso, aproveitado, disse. "Os fundos dedicados ao setor precisam atingir o equilíbrio certo entre garantir a sustentabilidade da pesca e garantir a subsistência de pescadores e mulheres. Fundos diferentes geralmente falam idiomas diferentes e as sinergias serão cruciais para alavancar um maior apoio para pescadores e proprietários de navios. Precisamos de formas concretas e simples de compatibilizar os recursos nacionais com o financiamento dos fundos europeus relevantes", sublinhou Maria da Graça Carvalho, que é igualmente relatora do Parlamento Europeu para a nova geração de parcerias do programa-quadro Horizonte Europa.