Atividade Parlamentar Maria da Graça Carvalho diz que é preciso fazer mais para tornar a Europa líder na área do digital e da IA

Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e membro suplente da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (IMCO), participou esta quarta-feira à tarde num debate com a Vice-Presidente Executiva da Comissão Europeia para a área do Digital, Margrethe Vestager, o qual abordou uma série de iniciativas em curso e futuras no âmbito da Estratégia Digital Europeia e da Estratégia Europeia de Dados, como sejam, por exemplo, a proposta de uma lei comunitária para a Inteligência Artificial (IA) ou o recém-apresentado European Chips Act. 

Na discussão, Vestager disse que a União Europeia tem potencial para ser líder mundial na área da Inteligência Artificial, tendo Graça Carvalho enumerado alguns elementos que, até agora, têm impedido que isso aconteça:

- falta de aposta no aumento de competências e de especialistas na área do digital, como por exemplo engenheiros e, sobretudo, mulheres;
- falta de infraestruturas, por exemplo na Computação de Alto Desempenho, área na qual a eurodeputada do PPE teve um relatório a seu cargo no Parlamento Europeu;
- falta de capacidade de produção em larga escala que, espera-se, venha a ser corrigida com o European Chips Act;
- uma certa tendência europeia para regulamentar demasiado e demasiado cedo as tecnologias emergentes.

"Eu disse que temos o que é preciso para sermos líderes mundiais. Não disse que o somos. Tem muita razão quando diz que precisamos de pessoas com competências. O objetivo da nossa Década Digital é ter, até 2030, 20 milhões de especialistas em digital. Hoje em dia temos oito milhões. Se nada fizermos teremos 12 milhões apenas por essa altura. A diferença é grande. E os especialistas de que precisamos não vão crescer nas árvores. Eles vão aparecer se fizermos alguma coisa. Encorajamos os Estados membros a fazer mais. E não pode ser só ao nível do Ministério da Educação. Tem que ser mais abrangente", declarou a comissária, acrescentando que as infraestruturas na área da Computação de Alto Desempenho estarão prontas em junho, disponíveis para os negócios, mas também para os investigadores. 

No que toca ao excesso de regulamentação, Margrethe Vestager deu o Artificial Intelligence Act como um bom exemplo de não tentar regular a tecnologia, mas sim focar no uso da tecnologia. "Não temos regulamentação no blockchain, nas criptomoedas, há muitas coisas onde, efetivamente, tentamos ter uma abordagem em que precisamos de aprender antes de pensarmos em regulamentar, deixando sempre espaço para a inovação", afirmou a Vice-Presidente Executiva da Comissão Europeia para a área do Digital.