Muito boa noite a todos. Quero começar por cumprimentar o meu caro amigo Dr. Carlos Coelho, diretor deste evento. Todos reconhecemos o entusiasmo e empenho que coloca nesta e em todas as iniciativas do PSD que mobiliza. E é uma enorme satisfação voltar a esta Universidade Europa, em regime presencial, depois destes anos atípicos que vivemos.
Um cumprimento especial também para o Hugo Soares, secretário-geral do PSD, para Alexandre Poço, líder da JSD, e para o meu colega eurodeputado Esteban González Pons, vice-presidente do PPE, que fará a intervenção principal deste serão, e que muito nos honra com a sua presença.
Saúdo ainda os meus colegas eurodeputados aqui presentes.
Hoje estou aqui numa condição diferente, face a edições anteriores em que participei, porque além de ser deputada ao Parlamento Europeu represento o Instituto Francisco Sá Carneiro, ao qual presido. E, por isso mesmo, as minhas primeiras palavras serão sobre o trabalho e as missões deste organismo.
Entre estas, sobressai a formação de quadros – mulheres, autarcas, jovens – que irão assegurar a qualidade da nossa democracia no futuro. E permitam-me que registe o muito de bom que tem vindo a ser feito, graças ao esforço de todos, incluindo diferentes estruturas locais e nacionais do PSD.
As ações âncoras do Instituto na formação são a Universidade de Verão e esta Universidade Europa. Mas, além disso, promovemos inúmeras iniciativas ao longo do ano, nomeadamente junto dos autarcas e das estruturas do PSD.
Nestes anos de pandemia conseguimos adaptar-nos, explorar novas plataformas. E agora, que estamos felizmente de regresso aos eventos presenciais, julgo que podemos dizer que ganhámos novas competências que nos serão muito úteis.
Também é uma das nossas missões fundamentais, como não poderia deixar de ser, a promoção do legado de Francisco Sá Carneiro. A memória deste grande estadista, que ampliámos com um conjunto de grandes iniciativas nacionais quando se assinalaram os 40 anos do seu desaparecimento. Mas sobretudo a força e atualidade do seu pensamento político. Estamos, como sabem, a republicar todos os seus textos políticos, estando prevista para dia 2 de Marco, na Assembleia da República, a apresentação do quinto volume. E estamos também a preparar um livro sobre a história do próprio Instituto e do contributo que este tem dado para a consolidação da democracia em Portugal. Uma obra especialmente dirigida às novas gerações, que não acompanharam este processo.
Na concretização destes pilares – formação e legado – esta direção tem-se orientado em torno de três grandes linhas de atuação:
Em primeiro lugar, estendendo o alcance das nossas atividades. A nível nacional, descentralizando, através de um conjunto muito alargado de iniciativas de âmbito local. Mas também por via internacionalização, nomeadamente a nível europeu, dando outra escala aos nossos projetos.
Para isso, continuamos a contar com o apoio inestimável da Fundação Konrad Adenauer. Mas somos também, desde este mandato, membros do Martens Centre, o think tank do Partido Popular Europeu.
A ENOP – Rede Europeia de Fundações Políticas, consta igualmente da lista dos nossos novos financiadores. E entre os novos colaboradores, posso citar o Instituto Konstantinos Karamanlis e o Atlantic Council, dos Estados Unidos.
Não posso ainda deixar de sublinhar o enorme apoio material e presencial, através do empenho de todos os meus colegas deputados, que tem sido dado ao Instituto pela delegação do PSD no Parlamento Europeu.
Parte desta estratégia é também a cooperação ao nível das Comunidade de Países da Língua Portuguesa, estando em fase de conclusão um protocolo com o think tank do nosso partido-irmão em Cabo Verde, que é o MPD.
A segunda grande linha é a abertura à sociedade civil, nomeadamente à academia. Entre outras medidas, temos procurado colaborar com universidades e institutos politécnicos na organização de eventos, e celebrámos um protocolo com uma instituição do ensino superior para a formação de quadros autárquicos. Estamos também a trabalhar no sentido de apoiar bolsas de estudo na área das ciências políticas.
A terceira linha de atuação passa por trazer o pensamento e as ideias de Francisco Sá Carneiro para a resolução dos temas do presente e do futuro, tais como a energia; a biotecnologia e o mundo digital. Abordamos estes temas, tendo sempre presentes os avanços nas tecnologias emergentes, nomeadamente na ciência dos dados, Inteligências artificial e soluções tecnológicas para o combate às alterações climáticas.
Assumo que este é um cunho que tem muito que ver com a minha própria forma de trabalhar. Nomeadamente na política.
Na minha atividade no Parlamento Europeu acompanho temas como Ciência e Inovação, Digital, Indústria, Energia, Mar e Direitos das Mulheres. Mas em todas estas áreas, guiei-me por um fio condutor, que é a minha absoluta convicção no papel do conhecimento na tomada de decisões informadas.
Desde as parcerias do programa-quadro Horizonte Europa, das quais fui relatora, à nova Comunidade de Conhecimento e Inovação dedicada ao Mar, que introduzi enquanto relatora do Instituto Europeu de inovação e Tecnologia. Sem esquecer o Regulamento dos Dados, de que fui relatora-sombra, e a diretiva sobre a participação das mulheres nos conselhos de administração, que ajudei a negociar em nome do PPE.
É isso que tenho procurado promover no Instituto Francisco Sá Carneiro. Um debate abrangente, cobrindo os mais variados temas de interesse para o país, mas sempre orientado para a busca de soluções com base no melhor conhecimento disponível.
Esta Europa em que vivemos tem sido sujeita a muitos desafios ao longo dos últimos anos. O desafio do combate às alterações climáticas. O Brexit. A pandemia. A agressão russa na Ucrânia. Mas a minha convicção pessoal é que temos emergido mais fortes e mais unidos de todos estes obstáculos. Precisamente porque temos decidido bem, de forma fundamentada, ouvindo os cientistas e ouvindo as pessoas.
Conhecimento é poder! E é precisamente por isso que são tão importantes iniciativas como esta Universidade Europa. Estamos aqui para partilhar experiências e conhecimentos. Mas também para discutir e questionar. Estamos aqui para aprender. E eu estou ansiosa por aprender convosco.
Se há coisa de que nunca desisti na vida, e que muito me tem ajudado, é de aprender, para compreender o mundo à minha volta. Muito obrigada!
Leia aqui Programa da Universidade Europa.