Maria da Graça Carvalho participou na Conferência dos 30 anos do Centro de Computação Gráfica / Zentrum für Graphische Datenverarbeitung e.V. (CCG/ZGDV), sediado na Universidade do Minho. A eurodeputada realçou a eficácia desta instituição na criação de soluções de valor para a sociedade, a partir de uma colaboração estreita com as empresas e indústria, defendendo a sua replicação no território português e europeu.
“Há muito que defendo a importância das instituições que cobrem todo o ciclo de investigação. Instituições que trabalham em estreita colaboração com a academia, com a sociedade civil, com as empresas e com a indústria para transformar o conhecimento em soluções que melhorem a vida das pessoas”, afirmou. “Ainda são raros os casos em Portugal de instituições de investigação que o conseguem fazer com a mesma eficácia do CCG/ZGDV. Precisamos de replicar, em Portugal e na Europa, o exemplo deste instituto e da Universidade do Minho”.
A eurodeputada do PSD aproveitou ainda para visitar o supercomputador Deucalion, cuja aquisição foi possibilitada pela parceria europeia de Computação de Alto Desempenho EuroHPC. Maria da Graça Carvalho foi relatora desta parceria, no âmbito do programa Horizonte Europa, a qual faz parte de um conjunto alargado de esforços que a União Europeia (UE) está a empreender para acelerar a transição digital nos seus Estados-Membros.
“O digital tem sido um dos principais pilares da atual legislatura europeia. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, identificou-o, desde o início, como um dos dois elementos da dupla transição que visa preparar o nosso continente para as próximas décadas, sendo o outro a transição verde”, afirmou. “A atenção da Europa ao digital não começou neste mandato. No entanto, desde 2019 que temos testemunhado um nível de ação sem precedentes”.
Neste sentido, Maria da Graça Carvalho aproveitou a sessão para expor algum do trabalho pioneiro que tem vindo a ser realizado nas instâncias europeias.
A Lei dos Serviços Digitais e a Lei dos Mercados Digitais pretendemproteger os consumidores e os seus direitos fundamentais, conduzindo a mercados digitais mais justos e abertos. Incluem iniciativas para criar um novo mercado único, promovendo a inovação, a competitividade e o acesso das pequenas e médias empresas a clientes em todo o mercado.
A Lei de Dados pretende devolver o controlo a quem produz os dados, com o objetivo de fazer crescer a economia dos dados e promover a inovação na UE. Na qualidade de relatora-sombra deste dossiê, Maria da Graça Carvalho concentrou-se em particular no tema da computação em nuvem, com o objetivo de eliminar barreiras e taxas injustificadas na mudança de operadoras.
A Lei de Inteligência Artificial pretende delinear um conjunto de requisitos mínimos simples para os fornecedores, garantir aos utilizadores que as tecnologias disponíveis no mercado cumprem as normas e valores europeus e proteger os consumidores de violações da sua segurança e dos seus direitos. A legislação tem como base a ideia de que a transição na IA deve ser salvaguardada, potencializando-se os aspectos positivos e reduzindo-se os negativos.
“É claro que nenhuma destas iniciativas legislativas será eficaz se não criarmos as condições para cumprir os nossos objetivos”, concluiu a eurodeputada. No seu trabalho, Maria da Graça Carvalho tem salientando a necessidade de se apostar nas infraestruturas, na criação de um ecossistema de inovação digital, na investigação científica, nas competências dos recursos humanos e na literacia digital dos europeus. “Este conjunto de ações será muito importante, tão importante como a regulamentação da União Europeia”.