Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PSD e membro do conselho geral da Universidade de Évora, participou hoje num Encontro Nacional de Presidentes, Vice-presidentes e membros dos conselhos gerais das Universidades Públicas Portuguesas, no qual debateu as mudanças necessárias para o futuro do Ensino Superior em Portugal.
“Vivemos na era da sociedade do conhecimento”, apontou Maria da Graça Carvalho. Esta é uma era em que que “o conhecimento, as competências, a capacidade de fazer diferente e melhor, são o que distingue as sociedades mais prósperas e mais evoluídas”. O ritmo cada vez mais acelerado da sociedade, especialmente no campo das tecnologias de informação, tem-se “traduzido em benefícios indiscutíveis para humanidade”, mas pede também uma certa adaptabilidade das instituições e de diversos setores da sociedade.
Maria da Graça Carvalho indicou que Portugal tem uma oferta sólida de Ensino Superior, e que é preciso garantir a preservação desta riqueza, mas que é também necessário reforçar a complementaridade dos subsistemas de ensino e proceder-se a políticas educativas que aumentem a flexibilidade do ensino e modernizem o ensino.
Nesse sentido, a eurodeputada do PSD defendeu que necessitamos em Portugal de investir num ensino de valor acrescentado, de dotar os cidadãos de “competências digitais” e de criar “um novo paradigma de formação permanente ao longo de toda a vida profissional”.
O ensino do futuro necessita de ser baseado numa organização integrada e coordenada, que dê papel de destaque à investigação, como já acontece em alguns países de vanguarda. Deve também oferecer uma oferta académica mais flexível, multidisciplinar e holística, modernizando-se e adaptando-se às necessidades e competências requeridas.
A UE apresentou a Agenda de Modernização do Ensino Superior na Europa e outras estratégias no mesmo sentido, que pretendem modernizar a educação em espaço europeu, e voltá-la para as competências do futuro e para a economia de valor acrescentado.
A modernização necessária passa também por se repensar a atual “arquitetura jurídica do ensino superior”, e valorizar as carreiras dos professores e investigadores. A Lei de Bases do Sistema Educativo, por exemplo, foi publicada em 1986, e a partir de então tem apenas sido alvo de “cirúrgicas atualizações”.
“Impõe-se uma revisão mais profunda, que dê às instituições do ensino superior, bem como aos profissionais que nestas trabalham, as ferramentas adequadas para a enorme tarefa que têm em mãos”, defendeu a eurodeputada.
Maria da Graça Carvalho destacou ainda a importância da criação dos conselhos gerais das universidades, “um passo de grande importância para a abertura das instituições e a sua aproximação à sociedade civil”.
Por isso, o encontro dinamizado pela Universidade de Évora foi uma ocasião ímpar de “reunir a experiência acumulada, tão diversa, num encontro nacional”, permitindo a oportunidade de “refletir sobre o ponto onde se encontra o nosso ensino superior” em Portugal. É também um momento extraordinária de perspetivar o ponto “onde devemos ambicionar chegar”.
As conclusões da iniciativa integrarão agora a Declaração de Évora, que, com “grande expectativa” de Maria da Graça Carvalho, será enviada aos diferentes órgãos de soberania.