Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do Partido Popular Europeu, questionou esta segunda-feira, dia 10 de maio, o Comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), na qual é vice-coordenadora pelo PPE.
Questões colocadas pela eurodeputada Maria da Graça Carvalho:
"Boa tarde! Bem-vindo Sr. Comissário Breton! Gostaria de congratulá-lo por todas as iniciativas relacionadas com a Estratégia Industrial. Como relatora do PE para as parcerias do programa-quadro Horizonte Europa, que inclui as parcerias público-privadas e as empresas conjuntas, lamento que não haja mais sinergias e alinhamento estratégico entre as iniciativas contidas nos documentos publicados e as parcerias. As parcerias são o centro do desenvolvimento tecnológico e iríamos beneficiar se houvesse um melhor alinhamento entre o que estamos a fazer com as diferentes partes, com a Comissão, com os Estados membros, no sentido de conseguir massa crítica e de avançar mais rapidamente na Indústria. A minha outra questão tem que ver com a necessidade – que tem mencionado tantas vezes – de aumentar a capacidade de produção na Europa. Ao lidar com a Indústria vemos que é mesmo necessário aumentar essa capacidade. E de aumentá-la também nas áreas-chave do digital. Refiro-me por exemplo aos microprocessadores e, por isso, gostaria de perguntar-lhe como vê a possibilidade de recuperarmos a capacidade de sermos globalmente independentes, nomeadamente nesta área, dos microprocessadores, tão importante para a Europa. Muito obrigada!"
Resposta dada pelo Comissário europeu do Mercado Interno Thierry Breton:
"Sim, há de facto que aumentar as capacidades de produção. E não é só no que toca a esta revisão da política industrial. Este é um tema-chave, desde o início, para a nossa Indústria. Por vezes, por falta de componentes, tem que se parar a produção. No futuro, faz falta autonomia. As previsões dizem que, nos próximos anos, 35% do preço de um carro ficará a dever-se a componentes como processadores e semicondutores. 35%. O mesmo para as baterias. Então, não sobra grande coisa. É fundamental que sejamos autónomos nesta cadeia. A aliança que estabelecemos, que estamos a estabelecer, pretende responder a esta ambição. E não se pode baixar a guarda porque, nesta lógica, temos que ser ambiciosos a nível de investigação e desenvolvimento. É importante poder fabricar semicondutores de 5 nm. É para aí que o mercado está a ir. E também no que toca a competências e recursos, isso é essencial"