A eurodeputada do PSD Maria da Graça Carvalho fez esta segunda-feira à tarde uma intervenção sobre a estratégia energética externa da União Europeia na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), na qual é vice-coordenadora do Grupo do PPE, sessão que contou com a participação do vice-diretor-geral da Direção-Geral de Energia (ENER) da Comissão Europeia Matthew Baldwin.
"Sobre a diversificação das importações de combustíveis fósseis: imagino que, no curto prazo, será preciso depender da importação de gás e de gás natural liquefeito. Mas há algumas infraestruturas de GNL que estão em falta, em termos de portos e de transporte dentro do continente europeu. Quais são os planos da Comissão, em termos de orçamento, para garantir que estas infraestruturas são construídas, uma vez que são infraestruturas que levam algum tempo a construir?", questionou Maria da Graça Carvalho que, em diversas intervenções no Parlamento Europeu, tem insistido na necessidade de se completarem as interconexões energéticas para reduzir a dependência energética da UE face à Rússia, nomeadamente a interconexão dos Pirenéus.
"Mais a médio prazo, concordo plenamente que a palavra de ordem é o hidrogénio, as parcerias, os corredores de hidrogénio são importantíssimos. Mas precisamos ver um plano a ser desenvolvido, para termos uma sociedade do hidrogénio na UE, com infraestruturas, com transportes, com locais de produção... e não estamos a ver esse tipo de planos, em termos de calendarização, de orçamentos etc... Agradeço que nos possa elucidar sobre estes pontos", prosseguiu a eurodeputada, que é relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégicas do programa-quadro Horizonte Europa, entre as quais se conta a parceria Hidrogénio Limpo.
Na fase de respostas, Matthew Baldwin disse não ter muitos detalhes, uma vez que está no cargo há poucas semanas, mas admitiu ser necessário a UE focar-se nas questões orçamentais. "É muito ambicioso querer em 2027 já não depender dos russos. É algo que demora tempo.Temos 300 mil milhões de euros para ajudar a diminuir a dependência dos russos. Temos 10 mil milhões de financiamento adicional para as ligações de GNL em falta, para que os Estados membros não passem frio. Nunca será suficiente o que quer que façamos", afirmou.
Quanto ao hidrogénio, o responsável da Comissão Europeia constatou que há grandes ambições. "Temos 10 milhões de toneladas de produção e 10 milhões de toneladas de importação. Precisamos de mais esforços para atingir os objetivos. Queremos desenvolver três corredores de importação de hidrogénio : Mediterrâneo, Mar Norte e com a Urânia, mal seja possível. A identificação dos projetos específicos ainda não é conhecida, pois têm que cumprir todos os requisitos".