Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do Partido Popular Europeu (PPE), participou esta quinta-feira, dia 30 de setembro, numa audição pública sobre "Data Strategy" promovida pela Comissão Especial sobre Inteligência Artificial na Era Digital (AIDA), da qual é membro efetivo. No painel em que interveio, falaram os especialistas Luís Paulo Reis, Professor e Investigador da Universidade do Porto, Louisa Specht-Riemenschneider, Professora e especialista em Direito relacionado com a área dos Dados, Thomas Bolander, Especialista em Inteligência Artificial e Professor da Universidade Técnica da Dinamarca e Sarah Chander, conselheira política sénior na European Digital Rights.
"A educação é uma área prioritária para garantir o sucesso da UE na economia de dados. A literacia em dados será crítica para garantir que os cidadãos aproveitam as oportunidades das tecnologias digitais, são atores experientes em dados, têm maior consciência e controlo sobre as informações que partilham e entendem o ambiente digital e os seus riscos. Além disso, a lacuna de competências digitais impede que muitas empresas, sobretudo as PME, avancem na sua transformação e é um obstáculo para as administrações públicas que precisam de mão de obra preparada e disposta a habilitar serviços digitais adequados. Precisamos de ter uma estratégia ambiciosa para preencher essas lacunas, tanto em termos de especialistas em tecnologia, como também abordando a crescente divisão em competências digitais básicas entre a população em geral", constatou a eurodeputada, Professora Catedrática do Instituto Superior Técnico e ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior.
"A Comissão Europeia, até 2030, tem como objetivo dotar 80% dos cidadãos da UE com competências e educação digital universal e garantir que 20 milhões de pessoas sejam empregadas como especialistas em TIC, incluindo 40% de mulheres neste domínio. Quais seriam as suas recomendações para garantir que esta meta se torne uma realidade em todos os Estados membros?", perguntou Maria da Graça Carvalho, numa questão dirigida sobretudo ao Professor Luís Paulo Reis da Universidade do Porto.
"Acho que uma das coisas que precisamos para atingir objetivos nacionais é de uma abordagem a nível da UE virada para a aprendizagem ao longo da vida. É preciso redefinir competências. Depois têm que ser também definidos objetivo a nível da Educação, orientados para o futuro, pois caso contrário parece-me difícil", respondeu o especialista, dando como exemplo a Licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados criada na Universidade do Porto. "Podemos criar estas competências nos jovens que estão a entrar nas universidades e, assim, criar profissionais que vão redifinir a paisagem da Inteligência Artificial e da Ciência de Dados na Europa", declarou, sublinhando que, caso contrário, "será praticamente impossível".