Na qualidade de copresidente do MEP Heart Group, Maria da Graça Carvalho participou no lançamento da iniciativa “Fighting cardiovascular disease - a blueprint for EU action”, juntamente com o seu colega e também copresidente do mesmo grupo, Brando Benifei. Organizada pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) e pela Rede Europeia do Coração (EHN), a reunião contou com a presença da Comissária Europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, da Presidente da ESC, Barbara Casadei, do Presidente da EHN, Floris Italianer, e de membros do Parlamento Europeu.
Durante o lançamento do MEP Heart Group, Maria da Graça Carvalho afirmou que as doenças cardiovasculares “têm de ser prioritárias na agenda política da União Europeia”, defendendo que o combate a este flagelo passa desde logo por aumentar as verbas dedicadas à investigação, “desde a fundamental à fase clínica”, no âmbito do próximo programa-quadro Horizonte Europa.
O apelo a uma ação ousada e urgente por parte da UE para fazer face ao aumento do peso das doenças cardiovasculares (DCV) é ainda mais urgente no contexto da COVID-19. Antes do surto, a carga das DCV já era maior do que o de qualquer outra doença e a principal causa de morte na Europa e no mundo. A pandemia veio agravar este cenário.
Mais de 60 milhões de pessoas vivem com DCV na UE e cerca de 13 milhões de novos casos de DCV são diagnosticados todos os anos. Segundo os dados publicados no estudo da carga global da doença (Global Burden of Disease) pelo Instituto para as Métricas e Avaliação em Saúde (IHME - Institute for Health Metrics and Evaluation), as DCV são responsáveis por 36% de todas as mortes e são uma das principais causas de morte prematura, com cerca de 20% da mortalidade antes dos 65 anos causada por DCV na UE. Com a ligação mortal estabelecida entre a COVID-19 e doença cardiovascular, a mortalidade e morbidade por DCV podem disparar por várias razões, entre elas o facto de a doença cardíaca estar entre as condições de saúde pré-existentes mais comuns em pessoas que morrem infectadas pelo vírus; e pelo facto de a COVID-19 desencadeiar uma resposta inflamatória que pode danificar o coração e os vasos sanguíneos e aumentar o risco de coagulação do sangue, levando a ataques cardíacos, derrames e embolia pulmonar.
Na sua intervenção, Stella Kyriakides referiu que “as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na UE e no mundo. A pandemia COVID-19 destacou a importância do bom funcionamento dos sistemas de saúde e a necessidade de agirmos. O novo programa EU4Health será um ponto de viragem, colocando a saúde como prioridade para a UE e respondendo aos desafios colocados pela pandemia. Este irá atender às necessidades de quem vive com doenças cardiovasculares e outras doenças não transmissíveis”.
Por sua vez, Maria da Graça Carvalho mencionou o facto de ainda existirem tantas áreas de necessidades não satisfeitas nas DCV, acrescentando que o novo Programa-Quadro Europeu Horizon Europe deve apoiar o investimento na investigação e inovação cardiovascular, abrangendo desde a investigação clínica básica à translacional, permitindo novas descobertas que podem ter um impacto significativo na carga das doenças cardiovasculares e ter um impacto significativo na vida de milhões de pessoas de pessoas.