Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e vice-coordenadora do Grupo do Partido Popular Europeu na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), participou esta terça-feira, dia 22 de março, num debate sobre o EU Chips Act com o comissário europeu do Mercado Interno Thierry Breton.
"A lei europeia dos chips tem uma importância crítica para a indústria europeia. Para que seja eficaz, precisará de um orçamento importante. Aplaudo a decisão de construir o Chips Act com base numa iniciativa comum já existente, a das Tecnologias Digitais Essenciais (KDT JU), como um começo. No entanto, isto provavelmente não será suficiente e preocupa-me que a lei dos chips possa enfraquecer o orçamento do programa-quadro Horizonte Europa, especialmente no futuro", disse Maria da Graça Carvalho, que é relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégicas do Horizonte Europa, entre as quais a KDT JU.
Nesse sentido, a eurodeputada, também membro suplente da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (IMCO), dirigiu três perguntas ao comissário:
- pode assegurar-nos que a lei dos chips não irá retirar fundos a outras áreas do Horizonte Europa?
- como poderá esta lei envolver a indústria em todas as etapas?
- a aliança para os semicondutores, lançada no verão passado, também vai estar envolvida nestas atividades?
Na fase de resposta, Thierry Breton respondeu, de uma forma geral, ao lote de perguntas colocadas pelos vários eurodeputados. "Este não será um projeto para favorecer um, dois ou três países apenas. Isto é aquilo que acreditamos ser necessário para fortalecer a indústria dos semicondutores em toda a Europa", disse o comissário, acrescentando que, para fazer isso, são necessárias três coisas:
- fábricas e, com isso, mais criação de empregos também;
- centros de investigação e desenvolvimento (R&D) com uma aposta clara nas competências, com a criação de um ecossistema;
- capacidade de testagem e de embalagem e, para fazer isso, é preciso ter redes e construir capacidade em todas as partes da Europa. Um coisa que é importante aí é o não ser preciso ir muito longe, seja de avião ou de comboio, por exemplo, para fazer a ligação fábricas-centros de R&D-embalagem.
Nesse último ponto, referiu, é obviamente necessária uma ligação com o mundo da academia e, por isso, realçou, foi criada a aliança para os semicondutores. "Continuamos a ter esta aliança, obviamente, tivemos discussões com a academia, com investigadores, com empresas e, em seguida, vemos o que queremos fazer a nível da Europa", afirmou o comissário do Mercado Interno, perante os eurodeputados da ITRE.