Maria da Graça Carvalho participou esta quinta-feira, dia 4 de março, no webinar “Accelerating Europe’s digital transformation: What role can the Portuguese Presidency play?" (Acelerando a transformação digital da Europa: Que papel pode ter a presidência portuguesa do Conselho da UE?, em tradução livre), organizado pela Câmara do Comércio Americana na UE e pela Presidência Portuguesa do Conselho da UE.
Começando por assinalar a necessidade de haver uma agenda conjunta para uma série de dossiês estratégicos entre a UE e os EUA, como referiu o presidente norte-americano Joe Biden, a eurodeputada do PPE congratulou-se com o regresso dos EUA aos Acordos de Paris sobre o clima e sublinhou que, para os europeus, transição verde e transição digital são indissociáveis. "Não é por acaso que as chamamos de transições gémeas", frisou.
Na sua intervenção, a ex-ministra da Ciência e do Ensino Superior considerou que "a prioridade imediata da presidência portuguesa deve ser garantir a adoção e a coordenação, a nível da UE, dos planos de Recuperação e Resiliência. Ao conseguir isso, estará automaticamente a contribuir para a Transformação Digital, pois a área do digital representa cerca de 20% de todo o bolo orçamental do mecanismo e recuperação". Depois, em termos mais específicos, afirmou, há outras metas a atingir. "A implementação do 5G encontra-se no topo da lista. Não podemos simplesmente esperar fazer mudanças revolucionárias sem a tecnologia. Portugal necessita resolver, rapidamente, os seus próprios problemas em relação ao 5G, por forma a ser um exemplo credível para os outros Estados membros".
No contexto da aproximação da celebração do Dia Internacional da Mulher - a 8 de março - Maria da Graça Carvalho lembrou que "a União Europeia tem, claramente, um fosso de género na área do digital. E isso não é só uma questão de igualdade de género, mas de competitividade. A Europa está a desperdiçar uma grande reserva de talento ao não responder a esta questão de forma adequada". Portugal, concluiu, "apresenta melhores resultados em termos de paridade de género a nível do Ensino Superior, mas não tanto nas Técnologias de Informação e Comunicação (TIC). A presidência tem também aqui, nesta frente, um papel importante a desempenhar".