Maria da Graça Carvalho, eurodeputada do PPE e membro da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), participou esta terça-feira, dia 20 de abril, na conferência anual do Wilfried Martens Centre for European Studies. A eurodeputada participou no debate intitulado “Transition to Smart Green Europe”, juntamente com Alexandra Sdoukou, Secretária-Geral para a Energia e Recursos Minerais do Ministério do Ambiente e Energia da Grécia, o qual foi organizado pelo Instituto Francisco Sá Carneiro (do qual é presidente) e pelo Institute for Democracy Konstantinos Karamanlis.
Na sua intervenção, a eurodeputada do PSD assinalou que não é possível ser credível no objetivo de aumentar a ambição de neutralidade climática se os Estados membros não estiverem a implementar a legislação europeia. "Passados dois anos da adoção do Pacote de Energias Limpas, o principal problema reside na transposição nacional e na implementação das suas regras. A neutralidade é um objetivo necessário, mas também é uma meta muito ambiciosa para a União Europeia - ainda mais após o surto de Covid-19 e suas consequências", indicou.
Qualquer ambição, frisou, "deve levar em consideração a viabilidade. Temos que acelerar a transição para uma economia renovável, induzir uma transformação verde, reduzir pela metade a redução das emissões nos próximos 10 anos, mas sempre permanecendo realistas e não prometer mais do que é realizável. Os nossos jovens precisam de respeito e pragmatismo. Qualquer cenário de neutralidade deve considerar as tecnologias necessárias para atingir as metas".
A ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, enfatizou o papel da tecnologia no futuro, se se quiser desenvolver processos e aplicações de energia limpa. "O investimento em investigação e inovação deve ser a base dos nossos planos (...) o futuro da rede de energia só pode ser inteligente e integrado. Investigação e inovação são a base para trazer avanços na renovação de edifícios, no armazenamento, na gestão de energia inteligente, integração de hidrogénio, “desfossilização” de aparelhos de aquecimento e arrefecimento etc..."
Maria da Graça Carvalho sublinhou ainda o papel do utilizador/consumidor final. "Cada utilizador/consumidor final (residências, edifícios, indústria, veículos elétricos) pode desempenhar seu papel na transição da energia limpa, especialmente quando se trata de flexibilidade do lado da procura. Conhecimento e informação são essenciais para induzir as pessoas e comunidades a conduzir o processo de descentralização. Um passo em frente importante seria dotar as pessoas e os cidadãos com a capacidade de interagir com o sistema de energia. Devemos dar aos cidadãos um acesso fácil às informações e aos equipamentos e ferramentas de que podem precisar para operar uma mudança. Competências e conhecimentos são elementos-chave da descentralização; nunca devemos dar isso como adquirido. A onda de renovação e os projetos europeus, como a Bauhaus, são promissores porque os edifícios e as cidades podem dar um impulso real a todo o processo de descentralização e à inteligência do nosso sistema energético".
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