Maria da Graça Carvalho, eurodeputada e vice-coordenadora do Grupo do Partido Popular Europeu na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE), participou esta sexta-feira, dia 4 de março, no debate online "Investimento europeu em inovação", promovido pela Barelli & Gastaldello Advogados Associados.
"É preciso um ecossistema de inovação melhorado na UE, com mais financiamento para as empresas, menos burocracia, fiscalidade mais simples e justiça mais célere", afirmou a eurodeputada, relatora do Parlamento Europeu para as parcerias estratégicas do programa-quadro de Ciência e Inovação da UE Horizonte Europa.
No debate, liderado por Thiago Barelli, a ex-ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, sublinhou a necessidade de a União Europeia recuperar a capacidade de produção, que perdeu, se quiser liderar efetivamente a transição digital e a transição industrial. "Não podemos continuar a depender de fornecedores, ver toda a gente ser abastecida e, depois, ficarmos para o fim", disse, alertando uma vez mais para a excessiva dependência da Europa em termos de microchips e de semicondutores. A isso, acrescentou, no contexto da guerra na Ucrânia, soma-se a necessidade de a Europa reduzir a sua dependência do gás russo e implementar rapidamente outras alternativas, como as renováveis. Mas não só.
No Horizonte Europa, lembrou, existem regras que estimulam o empreendedorismo no feminino, exigindo a maior participação de mulheres nos programas e na liderança dos mesmos. "Na ciência e inovação até há algum fomento do empreendedorismo no feminino na Europa. Mas onde é preciso fazer mais é no digital. É preciso incentivar, desde muito cedo, a apetência de meninas para a área do digital", afirmou a eurodeputada, que foi relatora do relatório "Colmatar o fosso digital entre homens e mulheres: participação das mulheres na economia digital". Neste momento, sublinhou, "há um grande investimento para a área dos microprocessadores, anunciado pela Comissão Europeia, mas é preciso atrair mais mulheres para esta área".